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O Jardineiro, minissérie espanhola da Netflix, prometia uma trama sombria e repleta de tensão psicológica, mas entrega um resultado irregular, oscilando entre momentos de brilho e escolhas narrativas questionáveis. A história, que gira em torno de Elmer (Álvaro Rico), um assassino sem emoções controlado por sua mãe, China (Cecilia Suárez), tem premissa intrigante, mas peca na execução.
Veja também o Final Explicado de O Jardineiro!
Atuações: Exageros e Desequilíbrios

Álvaro Rico tenta dar profundidade a Elmer com expressões intensas, mas o roteiro não o ajuda. Seu personagem, supostamente incapaz de sentir, contradiz-se em cenas que mostram raiva, ciúmes e até paixão. Já Cecilia Suárez, como China, cai no clichê da mãe manipuladora, com uma atuação que beira a caricatura. Os verdadeiros destaques ficam com os investigadores Carrera (María Vázquez) e Torres (Francis Lorenzo), que trazem um tom mais realista à trama.
Violeta (Aura Garrido), por sua vez, é uma personagem mal desenvolvida. Inicialmente apresentada como vítima, ela se transforma em algo tão problemático quanto os assassinos, mas sem motivações claras. Sua decisão final – contratar Elmer para um novo crime – parece mais um recurso forçado para deixar a porta aberta a uma segunda temporada do que uma conclusão orgânica.
Roteiro: Contradições e Cenas Desnecessárias

A série tem apenas seis episódios, mas ainda assim arrasta-se em momentos desnecessários. As cenas de sexo entre Elmer e Violeta, por exemplo, não acrescentam nada à narrativa, servindo apenas como filler. Além disso, a justificativa para os crimes de China e Elmer – juntar dinheiro para comprar uma casa no México – é fraca e pouco convincente.
O maior problema, porém, é a inconsistência do protagonista. Se Elmer realmente não sente emoções, por que reage com fúria quando descobre que sua mãe tentou matar Violeta? Se o tumor no cérebro era o responsável por seus sentimentos, por que ele continua demonstrando rancor após a cirurgia? Essas falhas tornam difícil se envolver com a história.
Final Aberto: Recurso Criativo ou Falta de Encerramento?
O desfecho de O Jardineiro tenta ser ambíguo, mas acaba sendo frustrante. A cena pós-créditos, que mostra os investigadores encontrando ossos no mar, parece um gancho artificial para uma possível continuação. Já o retorno de Violeta, em vez de trazer um fechamento impactante, só reforça a sensação de que a série não soube como terminar sua própria história.
Veredito: Uma Oportunidade Perdida
O Jardineiro não é uma série ruim, mas está longe de ser memorável. Tem bons elementos – como a fotografia e a atmosfera sombria –, mas sofre com um roteiro inconsistente, personagens mal explorados e um final que deixa mais perguntas do que respostas. Se você busca um thriller psicológico bem executado, pode se decepcionar. Mas se quiser apenas um passatempo sem grandes exigências, talvez valha a pena.
Nota: 5/10 – MEDIANO, com lampejos de qualidade, mas repleta de falhas.
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Crítica de O Jardineiro – Uma Série com Potencial Desperdiçado