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Lançada recentemente pela Netflix, O Jardineiro surpreende ao transformar o que parece ser um drama contemplativo sobre plantas e relações familiares em um thriller psicológico sombrio e perturbador. Criada por Miguel Sáez Carral, a série acompanha Elmer, um homem emocionalmente frio que, ao lado da mãe superprotetora La China Jurado, comanda um negócio de jardinagem que serve como fachada para assassinatos por encomenda.
Com um tom filosófico, ritmo lento e visual poético, a produção espanhola tem sido comparada a sucessos como Dexter e Barry, mas com uma identidade própria que desperta a dúvida: será que O Jardineiro se inspira em fatos reais? Descubra a seguir.
O Jardineiro se baseia em fatos reais?
Apesar do estilo quase documental, O Jardineiro é uma obra de ficção. Elmer é um personagem criado especialmente para a série pelos roteiristas Miguel Sáez Carral e Isa Sánchez. Não há registros reais de assassinos que atuem sob a fachada de jardineiros, muito menos em uma dinâmica de mãe e filho. A série mistura elementos de thrillers criminais e dramas familiares, mas seu enredo é completamente inventado.
O que dá essa sensação de realidade é a atenção aos detalhes psicológicos e emocionais. A frieza de Elmer, o silêncio inquietante das cenas e os diálogos carregados de significado constroem uma atmosfera crível, mesmo dentro de um universo fictício.
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A condição neurológica de Elmer: ficção com base científica
Um dos elementos que mais reforçam o realismo da série é a explicação sobre a personalidade de Elmer. Logo no início, é revelado que ele sofreu um traumatismo craniano em um acidente de carro aos seis anos de idade, o que teria afetado o lobo frontal direito do cérebro — região associada ao controle das emoções e da empatia.
Essa condição, embora rara, tem base na neurociência. Danos no córtex pré-frontal podem realmente provocar dificuldades na regulação emocional, tomada de decisões e expressão afetiva. A série não usa isso como justificativa para violência, mas sim como um recurso para explorar o vazio emocional do personagem. O comportamento de Elmer é retratado como uma falha neurológica, e não como maldade pura — o que torna sua trajetória ainda mais intrigante.
Uma estética calma, poética e inquietante
O que também diferencia O Jardineiro é sua estética visual. Em vez de apostar em cenas caóticas ou trilhas intensas, a série aposta em movimentos lentos, paleta de cores suaves e uma atmosfera quase melancólica — mesmo durante momentos de violência. Tudo é filmado com uma precisão quase clínica, remetendo a obras como O Sacrifício do Cervo Sagrado e Memórias de um Assassino.
A violência, quando aparece, não é estilizada nem glorificada. Ela surge de forma inesperada, silenciosa e desconcertante. Isso dá à série um tom de conto de fadas sombrio, onde o horror se esconde por trás da beleza dos jardins e da aparente tranquilidade.
Conclusão: O Jardineiro é real?
Não, O Jardineiro não se baseia em uma história real, mas seu impacto reside justamente no modo como mistura ficção com elementos realistas. A série mergulha nas profundezas da psique humana, refletindo sobre trauma, moralidade e amor de maneira silenciosa e intensa.
É uma história sobre um homem que talvez esteja começando a sentir — mesmo que tarde demais. E é esse equilíbrio entre a beleza e a escuridão que faz O Jardineiro florescer entre os thrillers da Netflix.
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O Jardineiro: História Real Por Trás da Série da Netflix