Comprometida por ataques ucranianos, Marinha da Rússia anuncia modernização bilionária

Durante uma reunião realizada em São Petersburgo, o presidente russo Vladimir Putin anunciou que seu país destinará 8,4 trilhões de rublos (cerca de R$ 589 bilhões) à modernização da Marinha ao longo da próxima década. A medida marca um novo passo na estratégia militar do país, que busca reconstruir sua capacidade naval após perdas significativas durante o conflito com a Ucrânia. As informações são da revista Newsweek.

Segundo o Kremlin, a reunião teve como foco o avanço da indústria de defesa russa. “Gostaria de observar que, na próxima década, foram alocados 8,4 trilhões de rublos para a construção de novos navios e embarcações da Marinha russa. Esses fundos devem ser levados em conta ao elaborar o programa estatal de armamentos”, declarou Putin.

Submarino da Marinha russa, dezembro de 2021(Foto: facebook.com/mod.mil.rus)

Desde 2020, a Rússia já colocou em operação 49 embarcações navais, conforme reportado pela agência estatal Tass. Entre elas estão quatro submarinos estratégicos de propulsão nuclear do Projeto Borei-A e quatro submarinos multifuncionais do Projeto Yasen-M. Em março deste ano, o submarino nuclear Perm, armado com mísseis hipersônicos Tsirkon, foi lançado na região de Murmansk.

“Nos últimos anos, estamos implementando um programa de modernização em larga escala da Marinha. De Kaliningrado a Vladivostok, os estaleiros russos estão envolvidos na produção em série de navios de superfície e novos submarinos com mísseis, incluindo os modernos Borei-A e Yasen-M. Fundos significativos foram alocados para isso”, afirmou o presidente.

Frota russa sob ataque

O anúncio ocorre em um momento em que a frota do Mar Negro sofreu sérios danos, segundo relatos ucranianos. Kiev afirma ter destruído ou danificado cerca de um terço da frota russa na região até meados de 2024, o que torna o esforço de rearmamento uma prioridade para Moscou.

A ação mais simbólica de Kiev foi o naufrágio do “Moskva”, poderoso cruzador da classe Slava que anteriormente era descrito como “uma plataforma de defesa de ponta”. Orgulho da frota russa, ele veio a pique em abril de 2022. Embora Moscou insista em dizer que ele foi destruído por um incêndio no depósito de munições, serviços de inteligência ocidentais dizem que mísseis de cruzeiro disparados pelas forças ucranianas destruíram o navio.

A Ucrânia celebrou novamente o sucesso de uma operação contra a Marinha inimiga em setembro de 2023, quando um grande bombardeio atingiu uma base em Sebastopol, na Crimeia. Kiev alegou à época ter atingido ao menos um navio de desembarque e um submarino, além de um estaleiro onde os russos realizavam reparos em embarcações avariadas.

Daquela vez, diferente das negativas no caso do Moskva, o governo russo não escondeu que foi alvo de um duro ataque. Disse que a Ucrânia usou dez mísseis de cruzeiro, sete deles supostamente abatidos pelas forças de Moscou, e três drones, todos alegadamente neutralizados. Admitiu, no entanto, que duas embarcações foram atingidas, sem dar maiores detalhes.

Esses ataques forçaram a Rússia a reposicionar toda a sua frota do porto estratégico de Sebastopol, na Crimeia, para Novorossisk, no leste do Mar Negro. Essa mudança alterou drasticamente as operações russas na área, que precisaram se adaptar à nova realidade.

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