O satélite Vanguard 1 completou 67 anos em operação e se tornou o objeto espacial mais antigo a orbitar a Terra. Agora, uma empresa americana propõe um plano para resgatar o artefato que marcou o início da Guerra Fria, de acordo com o site Space.
O satélite entrou em órbita em 17 de março de 1958, logo após o Exército dos EUA lançar o primeiro equipamento do tipo ao espaço, o Explorer 1. Era o auge da rivalidade na corrida espacial com a antiga União Soviética, pioneira na exploração com o lendário Sputnik.
Em 1970, o Explorer 1 reentrou na atmosfera da Terra — mas o Vanguard 1 continuou por lá, e ainda é monitorado pelo Laboratório de Pesquisa Naval (NRL). O equipamento foi o primeiro do tipo a gerar energia usando células solares.

E por onde anda o Vanguard 1?
Atualmente, o satélite tem uma inclinação de 34,25 graus, com uma órbita elíptica variando de 660 quilômetros no seu perigeu (momento mais próximo da Terra) e 3.822 quilômetros no seu apogeu (momento mais distante da Terra).
O objeto não está transmitindo desde 1964, quando a potência das células solares caiu para baixo do nível necessário para operar o transmissor. Ainda assim, sensores podem ser usados para determinar seu status de rotação ou queda.
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Qual é o plano?
A empresa líder em tecnologia avançada nos setores de defesa, civil e de segurança nacional Booz Allen Hamilton é a responsável pela mais recente análise de estudos sobre a viabilidade de recuperação do satélite mais antigo em órbita no planeta.
“Não somos os primeiros a ter essa ideia e esperamos não ser os últimos”, disse Matt Bille, analista de pesquisa aeroespacial da Booz Allen, ao Space. “Mas teremos que esperar para ver se alguma entidade com a capacidade necessária decidirá que o valor para ela compensa o investimento.”
Uma das hipóteses é embarcar em missões de cargas úteis usando uma tecnologia que inspecionaria o satélite com segurança antes de recuperá-lo. O Vanguard 1 poderia ser colocado em uma órbita mais baixa e reembalado na Estação Espacial Internacional.
“Nossa pesquisa indicou possível interesse na condição das células solares, baterias e metais, juntamente com o registro de micrometeoritos ou detritos atingidos por um período tão longo”, afirmou Bille. “Seria um recorde para a recuperação de uma espaçonave exposta.”
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