Você sabia que o seu desenho versão Simpsons ou versão Studio Ghibli pode custar caro ao meio ambiente? Quem fez esse alerta é o MIT, o Massachusetts Institute of Technology, uma das universidades mais respeitadas do mundo.
Há um debate antigo sobre o consumo excessivo de energia no treinamento e desenvolvimento de ferramentas de Inteligência Artificial. A popularização das novas trends de IA serviu para retomar a discussão, que tem agora novos e interessantes números que ilustram esse quadro.
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Em nota enviada à imprensa, o CEO da versão brasileira do MIT Technology Review, André Miceli, escreveu que as análises sobre as trends também deveriam ser feitas a partir da ótica da “responsabilidade energética”.
É isso que faremos agora.
Que fique claro, eu também usei o ChatGPT – e achei as imagens muito legais. Algo que parece totalmente inocente, no entanto, pode ter implicações ambientais bem sérias. É o que mostram esses números do MIT.
O ChatGPT derreteu e “fez derreter”
- O Olhar Digital relatou em 27 de março e em primeiro de abril o “derretimento” do ChatGPT.
- O termo foi utilizado pelo próprio CEO da OpenAI, Sam Altman.
- O sucesso das trends de IA levou à adesão de milhões de novos usuários, o que sobrecarregou os servidores da companhia.

- Dados da empresa de pesquisa de mercado Similarweb mostram que, pela primeira vez na história, o ChatGPT ultrapassou a marca de 150 milhões de contas ativas.
- E estimativas apontam que a ferramenta chegou a criar 40 milhões de imagens por dia.
- São números bastante expressivos e bacanas, principalmente para quem defende o acesso universal às novas tecnologias.
- O problema é que cada prompt de comando enviado a uma IA consome energia.
- E, no caso, estamos falando de 40 milhões de prompts em um intervalo de um dia, aproximadamente.
- Pelos cálculos do MIT, o ChatGPT consumiu, durante o momento de pico da trend, algo em torno de 40 Megawatts/hora.
- Isso equivale ao consumo de 7 mil residências durante 24 horas.
- Ou, como mostrou o MIT, equivale ao consumo diário de cidades inteiras do nosso país, como Abaeté (MG) ou Mostardas (RS).
Preocupação com o futuro
A questão energética é grave, pois muitos países ainda utilizam como fontes combustíveis fósseis e poluentes, como o carvão. Ou seja, o consumo excessivo de energia nas trends de IA pode significar mais dióxido de carbono na atmosfera.
Mais do que isso, os data centers também utilizam bastante água para operar. Como as máquinas geram muito calor, elas precisam de resfriamento – e é aí que entra o líquido.
De acordo com o MIT, para cada quilowatt-hora de energia que um data center consome, seriam necessários dois litros de água para o resfriamento. Faça as contas dos 40 Megawatts/hora: tem muita água nesse negócio.

Estamos falando aqui que o mundo deve usar menos a Inteligência Artificial? A resposta é: claro que não. O MIT, no entanto, levanta essa importante discussão, que deve ser levada em conta pelas big techs e pelos governos ao redor do mundo.
Uma parte deve trabalhar por uma melhor eficiência computacional. Já o outro lado precisa modernizar sua matriz energética, com foco nas fontes limpas e sustentáveis. Justamente o contrário do que vem fazendo o presidente dos EUA, Donald Trump.
Nesse aspecto, o Brasil, mesmo cheio de defeitos, mostra um bom caminho. Por aqui, usamos bastante a energia hidrelétrica, que é considerada limpa.
As informações são do UOL.
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