Marina Silva pede seriedade nas discussões sobre a COP30 em Belém: ‘Não é festa!’

Marina Silva discursando em simpósio.

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, chamou atenção para a seriedade da realização da 30ª Conferência das Partes (COP30), em Belém, neste ano. Mais uma vez, Marina declarou que não é um momento de comemoração, mas de luta pela pauta socioambiental.

“Não é festa, é luta. Não é a Copa do Mundo, não é a Olimpíada, é uma COP, que a gente poderia dizer que vem em um momento em que estamos vivendo a pedagogia do luto e da dor por muitas coisas, inclusive pela ameaça ao multilateralismo, solidariedade e a colaboração entre os povos”, declarou.

A declaração foi feita durante o simpósio “Conectando Clima e Natureza: Recomendações para Negociações Multilaterais”, realizado na capital federal nesta terça-feira (15).

Marina Silva destacou a importância de um planejamento para a transição energética justa. Dessa forma, será possível garantir a minimização dos impactos climáticos durante a transição.

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. – Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Conforme explicou a ministra, é necessário transformar o que for planejado pelos países signatários do Acordo de Paris em ações concretas, como a entrega das Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs, na sigla em inglês). Marina ainda deu um prazo: até a realização da COP30.

“A gente vai ter que se planejar para uma transição justa para o fim do combustível fóssil, se não, a gente vai ser mudado. E já estamos sendo mudados”, disse Marina.

Marina Silva destacou ainda a importância de se tratar as negociações com seriedade, especialmente se considerar quão grave é o fato de que a temperatura global alcançou 1,5ºC acima dos níveis registrados antes da Revolução Industrial.

O aumento ocorreu no ano passado e preocupa autoridades e ambientalistas. O número representa um limite crítico para evitar impactos mais graves das mudanças climáticas, como enchentes e secas, por exemplo.

“O clima é parte da natureza, mas a gente fez algo tão terrível que agora a gente tem que conectar clima e natureza como se fosse algo separado”, afirmou.

COP30 em Belém

Nesta semana, a presidência da COP30 anunciou uma força-tarefa com a criação de quatro “círculos de liderança” criados para impulsionar as discussões sobre as principais temáticas ambientais envolvendo a mitigação das mudanças climáticas.

A ideia é, principalmente, conferir celeridade à implementação das medidas firmadas pelo Acordo de Paris. Os quatro vetores de lideranças são:

  • Balanço Ético Global: liderado por António Guterres e o presidente Lula, com apoio do governo brasileiro e da ONU, vai mobilizar diferentes setores da sociedade em torno da agenda climática;
  • Círculo de Povos: sob liderança da ministra Sonia Guajajara, busca ampliar a presença e os saberes de povos indígenas, comunidades tradicionais e afrodescendentes nas decisões da COP;
  • Círculo de Ministros de Finanças: liderado pelo ministro Fernando Haddad, vai discutir caminhos para o financiamento climático, com foco na meta de US$ 1,3 trilhão por ano até 2035 para ações em países em desenvolvimento;
  • Círculo de Presidentes: comandado por Laurent Fabius (presidente COP21), reunirá lideranças das últimas 10 COPs para fortalecer a governança climática global.

*Com informações da Agência Brasil

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