Com a repercussão do “desafio do desodorante”, que matou uma menina de 8 anos na região da Ceilândia, no Distrito Federal (DF), um alerta se abre para autoridades e também para especialistas, que contam sobre os perigos de ações como essas.
O médico socorrista Paulo Guimarães foi entrevistado na manhã desta quarta-feira (16) pelo Grupo Norte de Comunicação e falou sobre o assunto. Confira principais trechos da entrevista:
Qual é o perigo do desafio do desodorante e como a inalação do aerossol age no organismo?
- Lamentavelmente, não temos mais desafios como antes, como os amigos duvidarem da gente subir em árvores. Hoje, são desafios fatais, que se tornam comuns na internet. O perigo desse desafio do desodorante é que quando algum inala o desodorante, esse produto possui um gás e esses gás é o mesmo de um maçarico, de um botijão de gás, altamente tóxico, então ele gera, pela falta de oxigenação cerebral, arritmia cardíaca grave e parada cardíaca.
O que fazer para evitar consequências mais graves, se eu presenciar uma criança ou adolescente sob efeitos do aerossol?
- Sempre temos que lidar com a prevenção, fazendo de tudo para que esse tipo de emergência não aconteça, pois se acontecer, os efeitos podem ser desastrosos. É preciso entrar imediatamente em contato pelo número 192, SAMU, e 193, Corpo de Bombeiros, informando a situação de emergência, além de avaliar os sinais vitais da vítima para ver se está respirando adequadamente. Se houver evolução para quadro de parada cardiorrespiratória, tem que iniciar manobras de suporte básico de vida, com respiração artificial, massagem cardíaca e compressões torácicas de forma efetiva, por isso é importante treinamento em primeiros socorros. É questão de consciência a busca em qualificação.
Gostaria de deixar algum alerta para os pais, responsáveis e também para crianças sobre os perigos desses tipo de desafio?
- O que eu posso falar é que a gente precisa estar mais próximo dos nossos filhos, com vigilância constante e informação. Vamos logicamente informar de acordo com a compreensão dos filhos, mostrando que os verdadeiros melhores amigos deles somos nós, tentando acompanhar da melhor maneira possível o consumo na internet, porque ela virou uma arma.
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