
3.012 municípios brasileiros não possuem trechos de ruas sinalizados para a circulação de ciclistas, de acordo com dados divulgados nesta quinta-feira (17). Ciclovia na orla de Ipanema
Raoni Alves / g1 Rio
Mais da metade dos municípios brasileiros não possui trechos de ruas sinalizados para a circulação de bicicletas, de acordo com dados divulgados nesta quinta-feira (17) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
São 3.012 municípios sem sinalizações para ciclovias, ciclorrotas e ciclofaixas, representando 54,1% do total de municípios do país.
No Brasil, apenas 1,9% da população vive em trechos de ruas sinalizados para bicicletas, percentual que o IBGE considerou baixo, confirmando que a infraestrutura das vias no país ainda é direcionada para veículos automotores.
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Veja os dados:
Apenas 1,9% dos moradores brasileiros residem em trechos de ruas sinalizados para bicicletas;
Em 3.012 municípios, não foram identificadas sinalizações para ciclovias, ciclorrotas e ciclofaixas. Isso representa 54,1% do total de municípios do país;
Santa Catarina (5,2%), Distrito Federal (4,1%), Ceará (3,2%) e Amapá (3,1%) são os estados com maior proporção de moradores em trechos de ruas com sinalização para bicicletas;
Por outro lado, Amazonas e Maranhão (0,5%), Tocantins (0,6%), e Goiás, Minas Gerais, Rio Grande do Norte e Alagoas (0,9%) são os que apresentam as proporções mais baixas;
Florianópolis (7,1%), Fortaleza (5,5%) e Belém (4,6%) são as capitais com maior proporção de pessoas residindo em trechos de ruas sinalizados para bicicletas.
Sant’Ana do Livramento (RS), Parintins (AM), Cametá (PA) e Jaú (SP) são as concentrações urbanas que não têm moradores com acesso a vias com sinalização de bicicletas.
As informações são da pesquisa Características Urbanísticas do Entorno dos Domicílios, realizada com base no Censo Demográfico de 2022. O levantamento avalia as condições das vias onde vive a população brasileira.
O IBGE analisou 63.104.296 domicílios (66% do total), localizados em setores urbanos ou em setores rurais com características urbanas. Ao todo, foram consideradas as áreas onde moram 174.162.485 brasileiros — o equivalente a 86% da população.
Foram analisadas condições de infraestrutura urbana, como iluminação, pavimentação, transporte, calçadas, acessibilidade e sinalização.
Poucas vias para bicicletas
O IBGE considerou ciclovias, ciclorrotas e ciclofaixas, incluindo temporárias para lazer, no levantamento. Também foram consideradas sinalização vertical ou horizontal na pista de rolamento ou em calçadas compartilhadas.
De acordo com o Censo, a sinalização nos trechos de vias para bicicletas é importante em função da segurança, e que boas sinalizações e infraestruturas encorajam mais pessoas a optarem pela bicicleta como meio de transporte, contribuindo para a sustentabilidade e redução de poluição, além de melhorar o tráfego nas vias urbanas.
O levantamento afirma que a proporção de moradores em trechos de vias com sinalização para bicicletas é baixa em todas as categorias de hierarquia urbana, atingindo o maior percentual nas metrópoles (2,8%), caindo gradativamente os centros locais (0,5%), considerado o menor nível hierárquico.
O Censo 2022 afirma que, dentre as concentrações urbanas, os maiores percentuais de pessoas residindo em trechos de vias sinalizadas para bicicletas estão na Região Sul, liderado pela cidades de Joinville (11,2%), Jaraguá do Sul (9,8%) e Itajaí -Balneário Camboriú (7,2%), em SC.
Neste ranking aparecem as capitais Florianópolis (7,1%), Fortaleza (5,5%) e Belém (4,6%).
Sant’Ana do Livramento (RS), Parintins (AM), Cametá (PA) e Jaú (SP) são as concentrações urbanas que não têm moradores com acesso a vias com sinalização de bicicletas.