A prefeita reeleita de Abaetetuba, Francineti Carvalho, e sua vice, Edileuza Muniz, estão no centro de uma tempestade política e social. Além de enfrentarem crescentes protestos da população, indignada com a precariedade na saúde pública do município, as gestoras agora são alvo de um pedido de cassação de mandato movido pelo Ministério Público Eleitoral. A acusação? Suposto abuso de poder político e econômico durante o processo eleitoral, uma denúncia que pode abalar ainda mais a já fragilizada administração.
Segundo a promotora eleitoral, Jeanne Maria Faria de Oliveira, que pede a cassação dos diplomas das investigadas e a inelegibilidade de ambas por 8 anos, ” a defesa insiste na ausência de nexo causal entre os atos e a eleição. Contudo, o processo de gastos não tem força para pôr fim aos benefícios históricos; a contratação com benefícios a certas pessoas da comunidade; e a relação da prefeita com margens apontadas”
Diz ainda a fiscal da lei eleitoral que há “elementos convergentes e robustos que demonstram a correlação entre a conduta abusiva e o êxito eleitoral, sendo desnecessário comprovar”.
Nas ruas de Abaetetuba, a insatisfação é palpável. Moradores relatam um cenário de desespero no hospital municipal, onde a falta de leitos força pacientes a aguardarem atendimento em condições precárias ou a buscarem socorro em cidades vizinhas. “É uma vergonha! Minha mãe precisou de um leito e não tinha, mandaram a gente esperar no corredor. Isso é desumano!”, desabafou uma comerciante e uma das muitas vozes que ecoam em protestos recentes contra a gestão.
Enquanto a crise na saúde alimenta a revolta popular, o pedido de cassação protocolado junto à Justiça Eleitoral da 7ª Zona adiciona mais lenha à fogueira. O Ministério Público alega irregularidades graves no pleito que elegeu Francineti e Edileuza, apontando práticas que teriam comprometido a lisura do processo.
Cabe agora ao juiz eleitoral analisar as provas apresentadas e decidir se acolhe ou rejeita a denúncia. Caso a decisão inicial seja contra as gestoras, a defesa já sinalizou que recorrerá a todas as instâncias legais disponíveis, o que pode arrastar a resolução do caso por tempo indeterminado.
Se o processo avançar, o próximo capítulo será no Tribunal Regional Eleitoral do Pará (TRE-PA), onde as provas serão reexaminadas. Recursos como agravos e apelações são comuns nessa fase e podem prolongar ainda mais a batalha jurídica, mantendo Abaetetuba em um limbo político enquanto a população clama por respostas.
Com a saúde em colapso e a gestão sob escrutínio, Francineti Carvalho enfrenta o maior teste de sua trajetória à frente da prefeitura. A pergunta que paira no ar é: conseguirá a prefeita reverter a crise e manter seu mandato, ou Abaetetuba assistirá a uma reviravolta histórica? Os próximos meses prometem ser decisivos para o futuro da cidade.
O Ver-o-Fato tenta contato com a prefeita. O espaço está aberto à manifestação dela.
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