O Governo de Roraima determinou o despejo de indígenas da etnia Warao, que já denunciaram falta de direitos humanos, de uma ocupação no bairro Pintolândia, zona Oeste de Boa Vista, que atualmente sabemos contar com 100 famílias de refugiados e migrantes.
A resistência de aproximadamente 340 pessoas foi evidenciada por uma reportagem do Amazônia Real, publicada na última quinta-feira (17). A comunidade “Yakera Ine”, que significa “estou bem”, em português, foi um abrigo do Governo Federal, desativado em 2022.
O assunto foi levado ao lançamento do 18º Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS 18) na Assembleia Legislativa de Roraima (Ale-RR), na última quarta-feira (16). O evento contou com a presença da ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara.
A busca dos refugiados e migrantes indígenas é por melhorias nas condições de vida, mesmo motivo pelo qual deixaram a Venezuela. No lugar disso, encontraram a falta de resolução do estado, sob argumentos que seriam válidos, se não fossem puramente burocráticos.
“Naquele local será a maternidade da zona Oeste. Temos os recursos, tanto federais, quanto estaduais alocados e, no convênio, está destinado àquele endereço”, explica Tânia Soares, da Secretaria de Bem-Estar Social de Roraima.
O que dizem os Warao?
As lideranças indígenas da ocupação defendem a permanência em qualquer local, desde que não seja controlado pelas Forças Armadas.
Eles recusaram-se a mudar de abrigo, ainda em 2022, por supostas restrições e preconceitos da Operação Acolhida. Euligio Warao, de 40 anos, é uma das vozes que lutam contra o despejo.
“Precisamos de um espaço para sairmos deste lugar. Se não tem, como vamos sair? Não temos para onde ir. Como migrantes e indígenas, nos sentimos abandonados, porque chegam e só dizem que tem que sair desse lugar”, disse, ao Amazônia Real.
Foto: Reprodução/ Felipe Medeiros/Amazônia Real.
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