Autoridade Portuária de Santos recebe delegações para estudos sobre navegação em lama fluida; entenda


Segundo a Autoridade Portuária de Santos (APS), a lama fluida é uma camada intermediária, que fica entre a lâmina d’água e o fundo náutico consolidado, sendo composta por uma mistura de água e sedimentos finos, como argila e silte. Especialistas internacionais e autoridades estiverem presentes no lançamento do Programa de Pesquisa e Inovação em Engenharia de Dragagem (Programa Pride).
Divulgação/APS
A Autoridade Portuária de Santos (APS) recebeu especialistas da Universidade de Tecnologia de Delft, dos Países Baixos, e da Autoridade Portuária de Hamburgo, na Alemanha, para a promoção de uma agenda de reuniões e palestras com destaque na navegação em lama fluida.
De acordo com a APS, a lama fluida é uma camada intermediária, que fica entre a lâmina d’água e o fundo náutico consolidado, sendo composta por uma mistura de água e sedimentos finos, como argila e silte. A principal particularidade dela é a densidade, que é maior do que a da água, mas inferior à dos sedimentos consolidados.
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A agenda conduzida pela comitiva internacional contou com técnicos da área de infraestrutura aquaviária da APS e, além disso, teve apresentações e visitas aos portos de Santos e de Itajaí, assim como uma passagem pela Universidade de São Paulo (USP).
Segundo a APS, também foram realizados testes em campo para a coleta de amostras de lama fluida, com equipamento trazido pelos especialistas da Autoridade Portuária de Hamburgo, nunca antes utilizado no Brasil.
“As atividades realizadas ao longo da semana com os especialistas da Holanda e da Alemanha representam um marco no fortalecimento da cooperação internacional e na incorporação de conhecimento técnico de ponta ao setor portuário brasileiro”, declarou o presidente da APS, Anderson Pomini, em nota à imprensa.
Lama fluida
De acordo com a APS, uma vez que a densidade da lama fluida é maior do que a da água e inferior à dos sedimentos consolidados, ela não pode ser considerada de fato como fundo náutico real. A Autoridade Portuária explicou que ela pode ser classificada como uma “interface transitória que, em determinadas condições operacionais, pode ser navegável de forma segura”.
“Esse tipo de material é comum em regiões portuárias e estuarinas, podendo afetar diretamente a navegabilidade, a operação de embarcações e a eficiência das manobras. Além disso, sua presença pode representar um desafio para a realização das operações de dragagem”, complementou a APS.
A Autoridade Portuária acrescentou que, em alguns portos da Europa, existem pesquisas avançadas e critérios estabelecidos para a navegação em lama fluida. As medidas, segundo a APS, possibilitam a ampliação das “profundidades operacionais sem a necessidade de dragagens constantes, reduzindo custos e impactos ambientais”.
“A adoção de modelos baseados em fundos náuticos, como os estudados nos portos de Hamburgo e Rotterdam, tem demonstrado que é possível compatibilizar a segurança da navegação com a eficiência operacional, desde que haja monitoramento contínuo e entendimento preciso do comportamento dessa camada”, pontuou a APS.
Workshop
Um workshop realizado na sede da APS, no último dia 8 de abril, promoveu o contato direto entre pesquisadores e profissionais do setor portuário. Na ocasião, foi lançado o Programa Pride [sigla de ‘Program for Research and Innovation in Dredging Engineering’].
“O programa será conduzido pela APS com o objetivo de compreender, de forma aprofundada, a dinâmica sedimentar e os processos naturais e antrópicos que influenciam diretamente as características do fundo náutico dos complexos portuários sob sua gestão”, pontuou.
Ainda de acordo com a APS, a iniciativa tem como um dos principais objetivos gerar o “conhecimento técnico necessário para propor melhorias procedimentais e tecnológicas aplicáveis às operações de dragagem, tornando-as mais eficientes, econômicas e sustentáveis”.
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