
Tragédia impactou a vida de praticamente todo o estado e deixou marcas em quem sofreu com as perdas, mas um ano depois segue lutando para prosseguir a vida. Sobreviventes da enchente do RS contam como estão um ano depois
Reprodução/RBS TV
A enchente que atingiu o RS deixou marcas que um ano depois ainda estão presentes na vida dos milhares de gaúchos impactados. Quem perdeu familiares, ficou sem casa, sofreu à espera de um resgate ou juntou forças para resgatar e ajudar quem precisava ainda convive com as lembranças de maio de 2024.
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Em abril de 2025, a RBS TV conversou com quem viveu na pele a maior tragédia ambiental do estado. Conheça as histórias e veja como eles estão.
🗓️O Rio Grande do Sul foi atingido por uma enchente histórica em maio de 2024, que provocou danos em quase todos os municípios, devastou cidades, principalmente na Região Metropolitana e Vale do Taquari, retirou milhares de casa e deixou 183 mortos, além de 27 desaparecidos. De todo o país, voluntários e doadores se mobilizaram para prestar ajuda aos atingidos.
Um ano depois, a RBS TV apresenta o RBS.Doc 1 Ano da Enchente do RS. A reportagem conversou com pessoas afetadas, voluntários, moradores que perderam tudo e familiares de vítimas. Nos locais atingidos, encontrou exemplos de solidariedade e união, que fizeram com que o estado se reerguesse após a devastação.
Loreci de Oliveira Melo, moradora de Muçum, ganhou uma nova casa após perder tudo na enchente
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Nova vida na casa nova
Em Muçum, Loreci de Oliveira Melo ganhou uma nova casa em um bairro numa região mais alta. Longe do risco de novas enchentes, está esperançosa no futuro.
É bom saber que tu vai comprar um móvel pra dentro de casa e vai ficar ali. Porque a gente comprava antes mas não sabia quanto tempo ia durar. Agora é nova vida, bola pra frente, que Deus nos abençoe cada vez mais pra que a gente possa com pouco virar muito.
Milene Bertol, moradora de Canoas que teve a casa destruída pela enchente de 2024
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Sem casa pra voltar
Milene Bertol e os três filhos tiveram a casa destruída pela enchente em Canoas. Em um ano, passaram por sete abrigos.
Tu não tem privacidade, não pode fazer comida, não tem espaço pra dormir tranquilo, não pode olhar televisão com teus filhos [nos abrigos]. É muito triste voltar e encontrar tudo assim. O lugar onde tu morou a vida inteira”.
Roberta Lopes Arenhardt, sócia de empresa que foi destruída na enchente em Lajeado, mas se reergueu um ano depois
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Empresa se reergue
Uma fábrica de vidro de Lajeado foi totalmente inundada pela enchente. Um ano depois, a empresa se reergue, constrói uma nova sede, amplia as equipes e se prepara para expansão.
A enchente de maio ultrapassou todas as cotas que a gente já tinha imaginado. Devastou tudo que a gente tinha. Um sofrimento que eu jamais vou esquecer. Para nós como empresa tá servindo como um grande desafio pra gente crescer, amadurecer como empresa e ter a oportunidde de fazer um negócio diferente e melhor ainda.”
Anthony Miguel, que foi resgatado aos 5 meses do telhado de casa por uma aeronave do Exército, com a mãe, Natasha
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Bebê foi resgatado por telhado
Uma das imagens que marcaram a enchente foi o resgate do bebê Anthony Miguel por um voluntário em um helicóptero, de um telhado em Cruzeiro do Sul. Anthony tinha cinco meses.
Quando a água tava vindo a gente não tinha ideia dessa proporção. [a gente] Ficou de quarta até sexta de manhã sem comida, sem água, sem nada. Morria de medo de entregar o bebê pro socorrista. O bem mais precioso de uma mãe é o filho. Mas graças a Deus deu tudo certo.
Leonardo Pape, menino que viralizou em vídeo falando ter orgulho do pai durante as enchentes do RS
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Orgulho do pai viralizou
Em meio às notícias tristes da enchente, um vídeo viralizou: o filho, Leonardo Pape, gravou o pai, Altair Fernando Pape, carregando uma cesta básica em meio à chuva e à lama em Agudo, onde a família estava praticamente isolada durante a chuva intensa. “Dá pra ter orgulho de um pai assim. Isso sim que é pai”, exclamava o menino.
Tinha que atravessar, caminhar bastantão pra ir na bodega, comprar coisa pra comer. Naquele dia o moço que mora lá perto de casa deu uma cesta básica pra nós. Sempre tive orgulho do meu pai, vou continuar tendo.
Robson Santos da Rocha, marido de Liane e pai de Emily, que morreram soterradas por morro que desabou em Santa Maria
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Um ano de saudade
Robson Santos da Rocha convive há um ano com o luto após ter perdido da esposa, Liane Ulguin da Rocha, aos 45 anos, e a filha, Emily Ulguin da Rocha, 17, soterradas por um morro em Santa Maria.
Todos os dias a gente sente a falta delas um dia esperamos nos encontrar. É o que nos conforta.
Fernando Falavigna, voluntário nos resgates das vítimas das enchentes de 2024 no RS
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Lembranças que viram marcas
Quando viu a mobilização formada para resgatar moradores de casas alagadas, Fernando Falavigna não pensou duas vezes: se reuniu aos voluntários que, com barcos, canoas ou jet-skis, salvaram pessoas e animais da enchente. Um ano depois, conta que a experiência mudou sua vida.
Sou do surfe, da praia, do kite, do esporte. Tenho roupa de borracha, peguei meu colete salva-vida, olhei pra minha mulher e disse “vou ajudar”. Com água no peito, a gente conseguiu ajudar crianças e idosos saindo dos prédios. Foi a força do povo. A pandemia afastou todo mundo e a enchente uniu.
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