A morte do Papa Francisco, anunciada nesta segunda-feira (21), desencadeou uma onda de especulações nas redes sociais, onde internautas resgataram uma profecia do astrólogo francês Michel de Nostredame, conhecido como Nostradamus, que supostamente prevê a derrocada da Igreja Católica. A visão extraída do livro Les Prophéties (1555) sugere que o falecimento de um papa “muito idoso” marcaria o enfraquecimento da instituição. Francisco, que foi o quarto pontífice mais velho a morrer no cargo, parece encaixar-se na descrição, alimentando debates sobre o futuro do Vaticano.
A profecia em questão, amplamente compartilhada online, diz: “Com a morte de um Pontífice muito velho / Um romano de boa idade será eleito / Dirão dele que enfraquece sua sede / Mas por muito tempo reinará com atividade mordaz”. Internautas interpretam que o texto aponta para um declínio da Igreja sob o próximo papa, possivelmente um “romano” que governará por longo tempo, mas com controvérsias.
Outra passagem, ainda mais intrigante, menciona “um jovem de pele escura com a ajuda do grande rei” que “entregará a bolsa a outro de cor vermelha”, levando muitos a especular que o próximo líder da Igreja poderia ser negro, um evento histórico para o papado.
Nostradamus, célebre por suas previsões enigmáticas, é creditado por alguns com acertos sobre eventos como a ascensão de Adolf Hitler, o assassinato de John F. Kennedy, a crise climática e até a pandemia de Covid-19. Para 2025, o vidente teria alertado sobre disputas de poder na Europa, com destaque para a Inglaterra, além de guerras e uma nova praga devastadora.
Tais previsões, embora vagas, ganham força em momentos de incerteza, como o luto pela morte de Francisco, que deixou um legado de diálogo e defesa de causas sociais.
Entre a fé e a especulação
A febre em torno das profecias de Nostradamus reflete o fascínio humano pelo desconhecido, mas também um risco: o de transformar um momento de reflexão sobre a perda de um líder espiritual em um circo de especulações.
As visões do astrólogo, escritas há quase cinco séculos, são notoriamente ambíguas, permitindo interpretações que se moldam a qualquer evento. Associar a morte de Francisco a um suposto colapso da Igreja parece mais um exercício de sensacionalismo do que uma análise fundamentada.
Enquanto o mundo católico chora a partida de um papa que promoveu a inclusão e o diálogo inter-religioso, o foco em profecias desviam a atenção de seu legado e do que realmente importa: a escolha de um novo líder capaz de enfrentar os desafios do século XXI.
A possibilidade de um papa negro, sugerida por alguns intérpretes, seria um marco, mas não precisa de Nostradamus para ser relevante — ela já ecoa nas discussões sobre a universalidade da Igreja. Que as redes sociais sejam palco de homenagem e debate construtivo, e não de previsões que, no fundo, pouco explicam e muito confundem.
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