O ex-presidente Jair Bolsonaro, internado há quase 15 dias no Hospital DF Star, em Brasília, vive uma situação inusitada que mistura sua delicada recuperação médica com os desdobramentos judiciais que o perseguem. Segundo informações da coluna Radar, da revista Veja, uma oficial de justiça tem percorrido os corredores do hospital na tentativa de notificá-lo para apresentar defesa prévia e rol de testemunhas em um processo no qual é réu por tentativa de suposto golpe de Estado.
A cena, que mais parece um roteiro de ficção, ocorreu na manhã desta quarta-feira (23), enquanto Bolsonaro se deslocava entre salas de exames e breves caminhadas como parte de seu tratamento.
“Inacreditável. Oficial de justiça para me notificar. Acabei de fazer uma lavagem de glicerina. Vou agora para sala de imagens”, desabafou o ex-presidente em mensagens enviadas a um aliado, conforme apurado pela coluna.
Bolsonaro, que passou por uma complexa cirurgia de 12 horas no último dia 13 de abril para reconstrução da parede abdominal, tem compartilhado vídeos diários de sua rotina no hospital, mostrando os procedimentos médicos e as caminhadas pelo local.
A insistência da Justiça em citá-lo mesmo em um momento de fragilidade física expõe a pressão que o ex-mandatário enfrenta, enquanto aliados próximos classificam a situação como “absurda”.
O caso reacende o debate sobre os limites entre o cumprimento de ordens judiciais e o respeito à condição de saúde de um investigado. Bolsonaro, que não esconde sua irritação, segue no centro de um furacão político e jurídico, mesmo internado.
A pergunta que fica é: até que ponto a busca por Justiça deve avançar sobre um leito de hospital? A resposta, ao menos por ora, parece tão incerta quanto a recuperação do ex-presidente.
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