
Adem ALTAN
Cerca de 50 aliados e partidários do prefeito opositor de Istambul, preso no final de março, foram detidos no âmbito da investigação por corrupção que o envolve, anunciou neste sábado (26) a Promotoria.
“No âmbito da investigação foram emitidas ordens de prisão contra 53 pessoas”, principalmente em Istambul e Ancara, das quais “47 foram detidas”, indicou a Procuradoria-Geral de Istambul em um comunicado.
O prefeito da cidade, Ekrem Imamoglu — um dos mais firmes opositores ao presidente Recep Tayyip Erdogan — foi preso em 19 de março e colocado em detenção no dia 25, acusado de “corrupção”, justamente quando seria designado por seu partido, o CHP, como candidato para as futuras eleições presidenciais.
De sua cela, Imamoglu denunciou as prisões, que ocorreram depois que um terremoto de magnitude 6,2 atingiu Istambul na quarta-feira, seguido de várias réplicas e aumentando os temores de um grande terremoto entre seus 16 milhões de habitantes.
O prefeito preso denunciou “um punhado de pessoas ambiciosas (…) que se dedicaram a preencher arquivos vazios com mentiras e calúnias”.
Entre os detidos neste sábado, segundo a imprensa turca, estão a chefe de gabinete do prefeito, Kadriye Kasapoglu, o irmão de sua esposa, Dilek Imamoglu, o responsável pela administração de águas e vários ex-funcionários do município.
Segundo o meio de comunicação Bir Gün, próximo da oposição, as batidas policiais continuavam sendo realizadas na manhã deste sábado nas residências dos envolvidos, em Istambul, Ancara e Tekirdag, no noroeste do país.
O presidente do CHP (Partido Republicano do Povo), Özgur Özel, acusou o governo de ter “relançado a traição do canal de Istambul logo após a prisão de Ekrem Imamoglu”.
O criticado projeto ‘Kanal Istanbul’, apresentado por Erdogan em 2011, quando ele era primeiro-ministro, ligaria o Mar Negro e o Mar de Mármara para descongestionar o Estreito de Bósforo, e teria 50 km de extensão, 150 m de largura e 25 m de profundidade.
Embora ainda não tenha começado, o Estado já lançou programas imobiliários, além de vendas de terrenos.
Özel afirmou esta semana que a prisão de Imamoglu estava relacionada à sua oposição ao ‘kanal’.