Uma nova pesquisa revela um dado surpreendente: pessoas leigas demonstram mais confiança em aconselhamento jurídico gerado pelo ChatGPT do que por advogados reais — especialmente quando não sabem a origem da resposta.
Essa constatação levanta preocupações importantes sobre o uso crescente da inteligência artificial (IA) em áreas sensíveis como o direito.
Os pesquisadores realizaram três experimentos com 288 participantes. Nos dois primeiros, os voluntários receberam conselhos jurídicos de duas fontes — um advogado humano e o ChatGPT — mas sem saber quem disse o quê.
Resultados dos experimentos:
- Participantes confiaram mais no aconselhamento do ChatGPT quando a origem não era informada.
- Mesmo ao saberem a fonte, os níveis de confiança no ChatGPT se mantiveram quase iguais aos do advogado.
- O conteúdo gerado pela IA foi percebido como mais sofisticado, em parte devido ao uso de linguagem mais complexa.
- Já os advogados humanos tenderam a usar linguagem mais simples, porém mais prolixa.
- O terceiro experimento avaliou se os participantes conseguiam identificar corretamente a origem dos conselhos jurídicos.
- Embora o desempenho tenha sido ligeiramente melhor que o acaso (pontuação média de 0,59 em uma escala de 0 a 1), ainda foi considerado fraco.
Isso mostra que, para o público geral, distinguir entre texto humano e gerado por IA continua sendo um desafio.
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Confiar cegamente nas IAs é arriscado
Modelos de linguagem como o ChatGPT podem “alucinar” — ou seja, gerar informações incorretas com aparência de autoridade. Isso representa um risco real em áreas críticas como o direito, onde decisões mal informadas podem ter consequências graves.
A IA pode ser útil para orientar questões iniciais em temas jurídicos, como explicar opções, sugerir leituras ou fornecer contexto. No entanto, qualquer decisão séria deve ser confirmada com um advogado humano.
A confiança cega na IA pode ser perigosa; por isso, combinar bom senso, pensamento crítico e validação profissional é essencial.

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