O Primeiro Comando da Capital (PCC) anunciou o fim da trégua com o Comando Vermelho (CV), alegando como principal motivo a morte de “dezenas de inocentes” nos últimos meses.
O comunicado, chamado de “salve” entre os integrantes, foi divulgado por membros da facção paulista nesta semana.
A aliança entre as duas maiores facções criminosas do Brasil havia acontecido firmada em fevereiro de 2025, depois de quase uma década de confrontos violentos.
No entanto, segundo o novo comunicado do PCC, “O respeito à vida humana deve estar acima dos interesses pessoais ou de organizações”.
Motivo do rompimento
De acordo com o texto divulgado, o PCC rompeu o acordo devido à “banalidade” nas mortes de civis. A facção afirma que não aceitará atos de covardia contra familiares ou inocentes, mesmo quando praticados por aliados, e que continua aberta ao diálogo “com todos que buscam a paz”.
Apesar da ruptura, o comunicado destaca que o término do acordo ocorreu de forma “respeitosa e em comum acordo” com o CV, reconhecendo os pontos críticos que envolvem os dois lados.
Trégua entre PCC X CV durou poucos meses
A trégua firmada entre PCC e CV no início de 2025 colocou fim, temporariamente, a uma sequência de conflitos que começou em 2016. Na época, os “salves” circularam em presídios e favelas do Brasil, proibindo ataques entre membros das facções, “até segunda ordem”.
A Senappen (Secretaria Nacional de Políticas Penais), ligada ao Ministério da Justiça, confirmou a existência do acordo entre as facções.
Além disso, o órgão monitorou, com autorização judicial, conversas entre líderes do PCC presos na Penitenciária Federal de Brasília e seus advogados.
Com o fim do acordo entre o PCC e o CV, especialistas em segurança pública alertam para uma possível nova onda de violência nos presídios e nas periferias de grandes cidades. Por fim, o histórico das facções mostra que períodos de rompimento costumam gerar mortes em série e instabilidade no sistema penitenciário.
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