
Uma discussão inusitada entre o presidente dos Estados Unidos Donald Trump e o jornalista Terry Moran, da ABC News, chamou atenção esta semana. O motivo? Uma foto compartilhada por Trump em sua rede social, Truth Social, que gerou debates acalorados sobre sua autenticidade e revelou mais um capítulo das tensões entre o político e a imprensa.
No centro da polêmica está Kilmar Armando Ábrego García, um imigrante de Maryland que foi deportado para El Salvador junto com outros 250 indivíduos acusados de crimes. Kilmar, que nega qualquer ligação com gangues, teve imagens de suas tatuagens nas mãos viralizadas após Trump postar uma foto em 21 de abril. O ex-presidente afirmou que os desenhos representavam a sigla “MS-13” — famoso grupo criminoso —, interpretando símbolos como uma folha de maconha (para a letra “M”), um rosto sorridente (para o “S”) e uma caveira com uma cruz (para o número “13”).
A alegação, porém, foi contestada por especialistas. Um ativista anônimo, com décadas de experiência trabalhando com membros de gangues, disse à CBS que nunca viu tatuagens codificadas dessa forma. “As marcas do MS-13 são diretas, sem necessidade de interpretação simbólica”, explicou. A discussão ganhou força quando, durante uma entrevista no Salão Oval, Moran questionou se a imagem havia sido editada digitalmente para incluir a sigla “MS-13” acima das tatuagens, facilitando a interpretação.
A resposta de Trump foi imediata: “Você acha que foi photoshop? Não use Photoshop, olhe para a mão dele!”, rebateu, irritado. Ele insistiu que as iniciais estavam “claras como o dia” e criticou a imprensa, chamando-a de “fake news” por duvidar de sua afirmação. “Terry, ele tem MS-13 nas juntas dos dedos. Por que você não simplesmente admite e segue em frente?”, questionou, encerrando o assunto de forma abrupta.
Nas redes sociais, o diálogo gerou reações mistas. Enquanto alguns usuários zombavam da teimosia de Trump, outros alertavam para o perigo de discursos simplistas. No Reddit, comentários como “Ele teve mil chances de não parecer um idiota” e “É assustador como parte do público aceita isso sem questionar” resumiram a divisão. Um terceiro usuário brincou: “Parece que alguém colocou ‘MS-13’ em fonte Times New Roman na foto”.

O presidente Donald Trump compartilhou uma foto da mão de García que parecia estar editada (Truth Social/realdonaldtrump)
O caso de Kilmar também reacendeu debates sobre políticas de imigração e a precisão de informações usadas para justificar deportações. Autoridades de El Salvador confirmaram que ele cumpre pena no Centro de Confinamento ao Terrorismo (CECOT), instituição criticada por organizações de direitos humanos. A família do homem, no entanto, mantém que ele é inocente e vítima de erros de identificação.
Enquanto isso, a imagem das tatuagens continua a circular, servindo como exemplo de como interpretações subjetivas podem influenciar narrativas públicas. Para especialistas em comunicação, o episódio ilustra a complexidade de combater desinformação em um ambiente onde figuras poderosas usam plataformas digitais para amplificar suas versões dos fatos — mesmo quando contraditas por evidências.
A entrevista de Trump, que completou 78 anos nesta semana, faz parte de uma série de aparições para marcar seus primeiros 100 dias após retomar atividades políticas. Seja como estratégia ou convicção pessoal, sua postura agressiva contra a mídia tradicional permanece uma marca registrada, alimentando tanto a lealdade de apoiadores quanto a desconfiança de críticos.
Enquanto o debate sobre as tatuagens de Kilmar segue sem consenso, uma coisa é certa: a intersecção entre política, mídia e redes sociais continuará a gerar controvérsias — e histórias curiosas — por muito tempo.
Esse Pessoas ficaram perplexas com os comentários de Trump sobre Photoshop em tatuagens de gangue em pai deportado para ‘a pior prisão do mundo’ foi publicado primeiro no Misterios do Mundo. Cópias não são autorizadas.