O governo federal espera que a operação da empresa chinesa SpaceSail no Brasil comece no primeiro semestre de 2026, com foco na oferta de conectividade via satélite para regiões remotas. O tema foi tratado em reuniões realizadas nesta quarta-feira, 30 de abril, em Xangai, durante o último dia da missão oficial liderada pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa, e pelo ministro das Comunicações, Frederico de Siqueira Filho.
A SpaceSail é rival da Starlink. Atua no mercado de satélites de órbita baixa e firmou um memorando de entendimento com a estatal brasileira Telebrás, que deverá atuar como parceira na implantação de estações de telecomunicações. A expansão do serviço será voltada principalmente a áreas de difícil acesso, como comunidades ribeirinhas, quilombolas e localidades da Amazônia.
De acordo com estimativas apresentadas pelo ministério, a expectativa é conectar ou melhorar a conexão, até 2026, de 138 mil escolas públicas, 40 mil unidades básicas de saúde e 13 mil centros de assistência social. A estratégia envolve a combinação de infraestrutura de fibra óptica com redes satelitais para ampliar o alcance da cobertura.
A missão brasileira à China incluiu também uma visita à sede do New Development Bank (NDB), presidido pela ex-presidente Dilma Rousseff. A instituição, criada pelos países do BRICS, poderá ser acionada como fonte de financiamento para projetos de infraestrutura digital.
O ministro Rui Costa sinalizou interesse do governo em ampliar a parceria com a SpaceSail, tanto na prestação de serviços quanto na cooperação tecnológica. Segundo ele, há possibilidade de integrar empresas brasileiras ao projeto, incluindo a Telebrás, centros de pesquisa e a base nacional de lançamento de satélites.
Além disso, o governo pretende envolver o Senai Cimatec, vinculado à Confederação Nacional da Indústria (CNI), em iniciativas conjuntas de inovação. A ideia é que laboratórios e equipamentos do centro de pesquisa possam ser utilizados no desenvolvimento de soluções em conectividade e em aplicações como hospitais inteligentes.
A comitiva contou ainda com representantes dos ministérios da Saúde, Minas e Energia, Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, além de dirigentes do BNDES e do próprio Senai Cimatec. Rui Costa retornará à China entre os dias 11 e 13 de maio, para acompanhar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na assinatura de novos acordos bilaterais. (Com assessoria de imprensa)
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