A Moody’s Local Brasil confirmou o rating máximo AAA.br da Telefônica Brasil e de suas debêntures da 7ª emissão, com perspectiva estável. Em relatório publicado nesta terça-feira, 30 de abril, a agência enfatizou a “robusta” posição financeira da operadora, apesar dos desafios de mercado e da necessidade constante de investimentos.
Em 2024, a Telefônica Brasil registrou receita líquida total de R$ 55,8 bilhões, crescimento de 7,2% em comparação ao ano anterior. Os serviços móveis representaram 65% dessa receita, enquanto banda larga fixa por fibra óptica (FTTH) alcançou 13%, seguida por serviços digitais e tecnologia da informação e comunicação (TIC), com 8%.
A agência apontou a capacidade da companhia de gerar fluxo de caixa operacional consistente, totalizando R$ 19,9 bilhões em 2024, mesmo com despesas elevadas em dividendos (R$ 9,3 bilhões) e investimentos (R$ 2,5 bilhões). O resultado foi um fluxo de caixa livre (FCF) positivo de R$ 5 bilhões.
Liderança e diversificação
Com cerca de 116 milhões de acessos, sendo 102,3 milhões móveis e 13,7 milhões fixos, a Telefônica lidera o mercado móvel com 39% de participação, segundo dados da Anatel. No segmento de banda larga fixa, ocupa a segunda posição com 14%. A diversificação dos serviços e a abrangência nacional sustentam a liderança e a rentabilidade da empresa.
A cobertura da rede de fibra ótica atingiu 444 municípios brasileiros, passando por 29,1 milhões de casas, com quase 7 milhões efetivamente conectadas, uma ocupação estável de 24% desde 2022.
Transição regulatória
A Moody’s Local destacou como positiva a conclusão da transição do regime de concessão para autorização privada do Serviço Telefônico Fixo Comutado (STFC), formalizada junto à Anatel em abril deste ano. A agência prevê benefícios financeiros com redução de custos e oportunidade de monetização dos imóveis anteriormente utilizados para redes de cobre, permitindo novos direcionamentos estratégicos de investimentos.
Para os próximos 12 a 18 meses, a agência estima crescimento moderado da receita em torno de 5%, especialmente impulsionado pelos serviços móveis pós-pagos, aumento da ocupação da rede FTTH e crescimento do segmento B2B em dados e serviços digitais.
Métricas de crédito sólidas
Mesmo em um contexto competitivo, a operadora mantém uma alavancagem baixa (dívida bruta/EBITDA ajustado de 0,9x em 2024) e uma robusta posição de liquidez, com caixa de R$ 6,7 bilhões, observa a Moody’s. Isso garante tranquilidade para honrar compromissos financeiros no curto prazo, incluindo vencimentos significativos previstos para julho de 2025.
Segundo a agência, o único cenário para eventual rebaixamento do rating ocorreria mediante deterioração consistente das métricas financeiras, com alavancagem superior a 3,0x de forma sustentada, algo não vislumbrado no horizonte atual.
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