A Ligga Telecomunicações aprovou, em assembleia geral extraordinária realizada em 30 de abril, a incorporação de sua controladora direta, a Bordeaux Participações. A operação tem como principal consequência a extinção oficial de uma dívida de R$ 300 milhões da Bordeaux com debenturistas, que foi assumida pela própria Ligga em 2022, e seguirá sendo responsabilidade da operadora.
Segundo fato relevante divulgado pela companhia, a transação simplifica a estrutura societária e aumenta a eficiência tributária e operacional da operadora. A Bordeaux Participações tinha como único ativo ações da própria Ligga.
A operação não prevê troca de ações nem gera efeitos para os direitos de acionistas, uma vez que a Bordeaux era controlada de forma integral por outra holding, a BP Participações. Também não há impacto na estrutura de controle final da operadora paranaense, que embora registrada na B3, não é empresa de capital aberto.
Origem da dívida
A incorporação está diretamente relacionada ao pagamento de juros remuneratórios devidos pela Bordeaux aos detentores das debêntures emitidas em sua 1ª emissão, no valor de R$ 300 milhões. Em 28 de outubro de 2022, a Ligga, a Bordeaux e o Bordeaux Fundo de Investimento em Participações Multiestratégia firmaram um termo de reconhecimento e assunção de obrigações, pelo qual a operadora assumiu o pagamento dos juros.
Como contrapartida, o fundo manifestou interesse em viabilizar a chamada “incorporação reversa” da Bordeaux pela Ligga. A extinção encerra assim a obrigação financeira de forma definitiva.
Aspectos técnicos e avaliação
A incorporação foi realizada com base no valor contábil do patrimônio da Bordeaux e dispensou anuência prévia de autoridades reguladoras. Segundo o comunicado, o custo estimado da operação foi de R$ 164 mil, incluindo honorários jurídicos, financeiros e de avaliação. O laudo de avaliação foi elaborado pela Account Assessores. A Ligga diz que não há riscos relevantes relacionados à operação.
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