
Cerca de 40 mil flamingos foram avistados na maior lagoa salina de Andaluzia, em Málaga, no sul da Espanha. A imagem surpreendeu moradores e visitantes de Fuente de Piedra. O local abriga agora a maior colônia da espécie na Península Ibérica, segundo informou a conservadora da reserva, África Lupión, em entrevista ao El País.

Nos últimos anos, a seca prolongada havia deixado o solo rachado e coberto de sal, com a água praticamente desaparecida. Em 2024, as chuvas do outono e um março especialmente úmido recuperaram o ecossistema. A lagoa agora tem meio metro de profundidade, condição ideal para os flamingos se alimentarem e se reproduzirem.
Estima-se que cerca de 20 mil casais irão nidificar na região neste verão, um dos números mais altos já registrados nos 40 anos de monitoramento feito pela Junta de Andalucía. A última vez que a marca se aproximou desse patamar foi há mais de uma década.

Além dos flamingos, a área também abriga outras aves como a malvasia-de-bico-azul, ameaçada de extinção, e a cerceta-pardilha, que começa a reaparecer graças a programas de reintrodução.
Declarada reserva natural desde 1984, a lagoa de Fuente de Piedra é um dos principais refúgios de aves migratórias na Europa. Especialistas locais, como Javier Álvarez, da organização SEO BirdLife, afirmam que 2024 está entre os melhores anos para observar a fauna da região, que reúne espécies vindas da África rumo ao norte da Europa.
Com o renascimento da lagoa, o tradicional anilhamento de filhotes de flamingo, suspenso nos últimos dois anos, deve ser retomado ainda neste verão.