Ipaam aprova venda de tracajás e tartarugas criadas por ribeirinhos no Amazonas

Venda e transporte de tracajás e tartarugas no Amazonas

O Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) emitiu, nesta segunda-feira (5), a primeira autorização para o transporte e venda de quelônios (tracajás e tartarugas) criados em sistema de manejo sustentável por comunidades ribeirinhas.

A medida inédita beneficia três comunidades da Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Uacari, em Carauari (a 788 km de Manaus).

Além disso, permite a venda de mil animais das espécies tartaruga-da-Amazônia (Podocnemis expansa) e tracajá (Podocnemis unifilis).

Venda de tracajás e tartarugas criadas por ribeirinhos no Amazonas
Venda de tracajás e tartarugas criadas por ribeirinhos no Amazonas – Foto: Moisés Henrique/Ipaam

Os quelônios foram criados em cativeiro ao longo de seis anos pela Associação dos Moradores Agroextrativistas da RDS Uacari (Amaru), a partir de ovos coletados legalmente em tabuleiros (praias de desova) monitorados pelas próprias comunidades.

A iniciativa segue as regras do Conselho Estadual de Meio Ambiente (Cemaam), que estabelece critérios técnicos e áreas autorizadas para o manejo.

Venda e transporte de tracajás e tartarugas no Amazonas

A autorização, formalizada por meio dos documentos n.º 041/2025, 042/2025 e 043/2025, foi assinada pelo diretor-presidente do Ipaam, Gustavo Picanço.

Venda de tracajás e tartarugas criadas por ribeirinhos no Amazonas
Venda de tracajás e tartarugas criadas por ribeirinhos no Amazonas – Foto: Moisés Henrique/Ipaam

O transporte será fluvial, realizado no barco Amaru, com rota entre as comunidades de Manarian, São Raimundo, Vila Ramalho e Xibauazinho, localizadas às margens do rio Juruá.

Os animais serão identificados com lacres e organizados em lotes, sob responsabilidade do gestor da RDS Uacari, Gilberto Olavo Costa de Oliveira.

Após a venda, a Amaru deverá apresentar um relatório detalhado ao Ipaam com informações como peso, identificação e comprovantes de comercialização. Por fim, o descumprimento das regras pode levar a penalidades, incluindo a cassação da autorização.

Modelo sustentável e valorização comunitária

Gustavo Picanço destacou a importância da medida como um marco para a conservação e a economia sustentável.

“Essa é a primeira vez que o Ipaam autoriza o transporte de quelônios criados em manejo comunitário para fins comerciais, em um modelo que garante a preservação da espécie e valoriza o conhecimento tradicional”, disse.

Marcelo Garcia, biólogo e coordenador da Gerência de Fauna (GFAU) do Ipaam, explicou que as comunidades precisam monitorar os tabuleiros por, no mínimo, cinco anos para ter direito à cota de criação.

No caso da Amaru, os animais foram manejados desde o nascimento até atingirem o tamanho mínimo permitido para venda.

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