STF torna réus mais sete acusados por tentativa de golpe ligada à ‘Abin Paralela’

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, por unanimidade, tornar réus mais sete investigados por participação na tentativa de golpe de Estado durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.

A decisão foi tomada nesta terça-feira (6), com base na denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

Os ministros Alexandre de Moraes (relator), Flávio Dino, Cármen Lúcia, Luiz Fux e Cristiano Zanin votaram pela abertura da ação penal contra o chamado núcleo 4 da trama golpista, conhecido como “Abin Paralela”.

Ministro Alexandre de Moraes. – Foto: Divulgação/ Rosinei Coutinho/ STF.

Núcleo 4

O grupo é acusado de usar a estrutura da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para disseminar fake news contra as urnas eletrônicas e promover ataques virtuais contra instituições e autoridades públicas.

Tornaram-se réus:

  • Ailton Gonçalves Moraes Barros (major da reserva do Exército)
  • Ângelo Martins Denicoli (major da reserva)
  • Giancarlo Gomes Rodrigues (subtenente do Exército)
  • Guilherme Marques de Almeida (tenente-coronel do Exército)
  • Reginaldo Vieira de Abreu (coronel do Exército)
  • Marcelo Araújo Bormevet (policial federal)
  • Carlos Cesar Moretzsohn Rocha (presidente do Instituto Voto Legal)

Eles vão responder por cinco crimes, incluindo organização criminosa armada, tentativa de golpe de Estado e dano qualificado contra patrimônio da União.

Provas e argumentos

O relator Alexandre de Moraes destacou que a denúncia mostrou o uso do software de monitoramento FirstMile para espionar ilegalmente opositores políticos. Um dos réus teria feito 887 consultas ilegais no sistema.

Sessão nesta terça-feira (6). – Foto: Divulgação/ Gustavo Moreno/ STF.

Segundo Moraes, selecionavam os alvos conforme discursos públicos de Bolsonaro. O ministro também apontou que o grupo atacou os ex-comandantes do Exército e da Aeronáutica por não apoiarem a tentativa de golpe.

A ministra Cármen Lúcia criticou o uso da mentira como arma política: “A mentira virou commodity, um bem que se compra para destruir a democracia”.

Após o STF aceitar a denúncia, o processo entra na fase de instrução, quando os advogados apresentam novas provas e ouvem os réus. Não há data definida para o julgamento final, mas as penas podem ultrapassar 30 anos de prisão.

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