O Brasil é protagonista no mercado de provedores de Internet na América Latina. Além dos avanços tecnológicos, das políticas de expansão da conectividade e de uma infraestrutura de fibra óptica cada vez mais robusta, o país se destaca pela diversidade e capilaridade de seus provedores, que atuam desde os grandes centros urbanos até em comunidades rurais e regiões remotas.
“Muitos países da América Latina ainda estão no estágio de construção de suas redes de fibra óptica. É uma situação semelhante a que o Brasil viveu há alguns anos. O sistema financeiro desses países não é tão avançado quanto o brasileiro. A demanda por consumo de dados também é menor, e os provedores locais têm acesso muito limitado a capital para investir em infraestrutura”, disse Danilo Delipe de Oliveira, CEO da Delipe, agência de marketing especializada no mercado de provedores de Internet.
Esse cenário, no entanto, passa por uma transformação. A crescente demanda por conectividade de alta qualidade na região exige redes mais confiáveis, estáveis e ágeis. Nesse contexto, a fibra óptica deixou de ser uma vantagem pontual e se tornou o principal vetor de modernização da infraestrutura da internet na região.
“A construção de redes de fibra óptica não é mais apenas uma opção estratégica e se tornou uma necessidade urgente para garantir crescimento econômico e inclusão digital em toda a região. Apesar de o consumo de internet ainda não ser tão grande nos países latino-americanos, há uma grande demanda por altas velocidades de conexão e serviços de qualidade. Há muitas empresas ligadas à Internet, como fintechs, por exemplo, ingressando na América Latina”, completou Oliveira.
Oferta de novos serviços
Para Santiago Morocho, gerente técnico e acionista da Fibramax, provedor de Internet com sede em Quito, no Equador, a evolução do mercado latino-americano depende da diversificação dos serviços e da troca de experiências com o setor brasileiro. “Precisamos nos espelhar nos acertos do Brasil, principalmente na questão da competitividade. Os provedores brasileiros têm bastante experiência no desenvolvimento de serviços diferenciados”, afirmou. A Fibramax possui aproximadamente 10 mil km de rede óptica FTTx e atende oito cidades no país, somando cerca de 8 milhões de assinantes.
Mauro Magrini, cofundador da Velonet, empresa colombiana com sede em Medellín, compartilha da mesma visão. A empresa opera uma rede de cerca de 200 km de fibra óptica e atende cinco cidades no país. “Para ter um crescimento sustentável também é preciso desenvolver uma boa estrutura de vendas, com alta capacidade técnica, e entender as necessidades específicas de cada cliente”, acrescentou.
Um novo momento para a América Latina
À medida que a América Latina busca superar seus gargalos conectividade, o exemplo brasileiro é uma referência concreta de como combinar inovação, capilaridade e competitividade. A experiência dos provedores regionais no Brasil mostra que, mesmo em um ambiente desafiador, é possível avançar. “Há um longo caminho pela frente, mas estamos confiantes. Temos observado de perto os bons resultados alcançados pelos provedores brasileiros e aprendido muito com essa experiência”, disse Magrini.
Para ele “se os países latino-americanos conseguirem adaptar esse modelo às suas realidades, promovendo políticas públicas eficazes, facilitando o acesso a crédito e estimulando a entrada de novos players, a região poderá dar um salto significativo rumo à inclusão digital.”
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