Trump intensificou a espionagem na Groenlândia como parte de plano para controlar a ilha

O governo dos EUA ordenou o aumento da coleta de informações de inteligência sobre a Groenlândia, em um esforço que, segundo fontes próximas à operação, integra a campanha do presidente Donald Trump para assumir o controle da ilha. A informação foi revelada ao The Wall Street Journal por duas pessoas familiarizadas com a iniciativa.

A ação partiu de autoridades de alto escalão sob comando de Tulsi Gabbard, diretora de Inteligência Nacional, que enviaram uma “mensagem de ênfase de coleta” a líderes das principais agências de espionagem americanas. O comunicado classificava a Groenlândia como alvo prioritário e instruía o monitoramento de movimentos independentistas e da receptividade local à exploração de recursos naturais por empresas dos EUA.

Segundo o documento confidencial, a CIA (Agência Central de Inteligência), a DIA (Agência de Inteligência da Defesa) e a NSA (Agência de Segurança Nacional) deveriam identificar, com uso de satélites, interceptações de comunicação e agentes infiltrados, indivíduos na Groenlândia e na Dinamarca que apoiem os objetivos americanos para o território.

Bandeiras da Groenlândia e da Dinamarca (Foto: needpix.com/Creative Commons)

Trata-se de uma das primeiras medidas concretas da atual administração para cumprir o desejo reiterado de Trump de adquirir a ilha, que tem status autônomo sob o Reino da Dinamarca.

James Hewitt, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, recusou-se a comentar os detalhes da operação. “O presidente tem sido muito claro que os Estados Unidos estão preocupados com a segurança da Groenlândia e do Ártico”, limitou-se a dizer.

Em resposta às revelações, Tulsi Gabbard atacou o jornal que publicou a reportagem. “O Wall Street Journal deveria se envergonhar de ajudar agentes do Estado profundo que buscam minar o presidente ao politizar e vazar informações confidenciais. Eles estão violando a lei e minando a segurança e a democracia da nossa nação.”

Desde seu primeiro mandato, Trump vem insistindo em adquirir ou anexar os 2,1 milhões de quilômetros quadrados da ilha, rica em minerais raros, petróleo e gás natural. “Precisamos da Groenlândia para a segurança nacional e até para a segurança internacional, e estamos trabalhando com todos os envolvidos para tentar conseguir isso”, afirmou em março, durante discurso no Congresso. “De um jeito ou de outro, vamos conseguir.”

Em março, o vice-presidente JD Vance, o então conselheiro de segurança nacional Mike Waltz e o secretário de Energia Chris Wright visitaram a Groenlândia, provocando indignação entre autoridades locais e em Copenhague.

“A visita impõe uma pressão completamente inaceitável sobre a Groenlândia, os políticos da ilha e sua população, bem como sobre a Dinamarca”, disse na ocasião a primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen. “O presidente Trump está falando sério. Ele quer a Groenlândia”.

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