No começo de maio, foi a Moody’s. E hoje, 9 de maio, foi a vez de a Fitch Ratings soltar um relatório elogioso ao desempenho operacional da Telefônica Vivo e atribuir à companhia nota máxima em relação à qualidade (menor risco) de seus créditos.
A consultoria reafirmou a nota de longo prazo na escala nacional da Telefônica Brasil (Vivo) em ‘AAA(bra)’, com perspectiva estável. A avaliação leva em conta a posição de liderança da empresa no mercado brasileiro de telecomunicações, com 102 milhões de chips móveis ativos e 14 milhões de unidades geradoras de receita em serviços fixos.
Segundo a Fitch, o perfil financeiro da operadora segue robusto, mesmo com a expectativa de distribuição de 100% dos lucros em 2025 e 2026 por meio de dividendos, juros sobre capital próprio, redução de capital e programa de recompra de ações.
A projeção é de geração de caixa livre antes dos dividendos (FCF) de R$ 1,5 bilhão por ano no período, sustentada por um EBITDA estimado em R$ 18 bilhões em 2025 e R$ 19 bilhões em 2026.
A Telefônica Brasil encerrou 2024 com alavancagem líquida negativa (-0,1x EBITDA) e posição de caixa líquida de R$ 1,2 bilhão. A dívida total era de R$ 5,5 bilhões, sendo R$ 1,9 bilhão de vencimento no curto prazo. O maior componente da dívida era representado por debêntures (67%).
Ganhos com a migração do STFC
A Fitch também apontou impacto positivo da transição do regime de concessão do STFC para autorização, formalizada em 11 de abril de 2025. A agência estima ganho de R$ 4,5 bilhões em valor presente líquido, resultante da reversão de provisões, venda de imóveis (cerca de 950 unidades) e comercialização de aproximadamente 120 mil toneladas de cobre da rede legada.
A operadora prevê que os investimentos exigidos no processo de migração serão compensados por medidas de redução de custos e racionalização de ativos. Segundo a Fitch, o movimento deve melhorar a eficiência operacional no médio e longo prazo.
Crescimento com foco em pós-pago e fibra
A Vivo mantém liderança no mercado móvel, com 39% de participação e um ARPU médio de R$ 30, um dos mais altos do setor. A base de clientes pós-pagos representa 46% do total, mas sobe para 65% quando se incluem conexões máquina a máquina. Na banda larga fixa, 51% das unidades geradoras de receita estão na tecnologia de fibra (FTTH).
A agência projeta crescimento modesto da base de acessos móveis e em fibra, entre 1% e 2% ao ano, enquanto linhas fixas e TV por assinatura devem recuar de 10% a 15% anualmente.
A classificação da Telefônica Brasil reflete, em parte, a estratégia do grupo controlador. A Telefónica S.A., com sede na Espanha, detém 76,3% da subsidiária brasileira, que respondeu por 25% do EBITDA consolidado da companhia em 2024. Segundo a Fitch, o vínculo é considerado de incentivo estratégico médio. (Com assessoria de imprensa)
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