Pegadinha viral do TikTok termina em morte nos EUA

Uma travessura juvenil transformou-se em tragédia na madrugada do último sábado (3) na Virgínia (EUA). Um homem de 27 anos foi detido e responderá por homicídio após disparar contra adolescentes que participavam de uma brincadeira conhecida popularmente como “toca-campainha e corre“, fenômeno que ganhou nova vida com as redes sociais, especialmente no TikTok.

Tyler Chase Butler, morador do Condado de Spotsylvania, foi preso na terça-feira (6) e enfrenta acusações graves: homicídio em segundo grau, ferimento doloso e uso de arma de fogo na execução de um crime. O suspeito permanece detido no Centro de Detenção Regional Rappahannock sem direito à fiança.

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Jovens estadunidenses participavam de uma brincadeira que viralizou no TikTok (Imagem: Luiza Kamalova/Shutterstock)

Noite de diversão transformada em pesadelo a partir do TikTok

  • Por volta das 3h no horário local (4h no horário de Brasília), a Delegacia do Condado de Spotsylvania recebeu um chamado sobre disparos durante uma suposta invasão domiciliar;
  • Ao chegarem ao local, os policiais encontraram dois adolescentes baleados. Michael Bosworth Jr., 18 anos, não resistiu aos ferimentos. O segundo jovem recebeu tratamento para lesões leves, enquanto um terceiro integrante do grupo saiu ileso;
  • Segundo depoimentos colhidos pelas autoridades e registrados em documentos judiciais, os três amigos — dois deles menores de idade — percorriam a vizinhança para gravar conteúdo para o TikTok;
  • A brincadeira consistia em tocar campainhas ou bater nas portas das residências antes de fugir correndo, prática que conquistou popularidade nas mídias sociais.

“O menor informou que é algo que as pessoas estão fazendo para postar no TikTok“, afirma o relatório oficial ao The New York Times.

Os jovens, que não conheciam bem o bairro, já haviam tocado algumas campainhas quando foram alvejados enquanto corriam de uma das casas. Investigadores confirmaram que pelo menos um vídeo mostrando o grupo realizando a brincadeira ainda estava armazenado no celular de um dos participantes.

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Comunidade escolar em luto

Bosworth Jr. era estudante do último ano da Massaponax High School em Fredericksburg, Virgínia. A escola, que realizaria a cerimônia de formatura dos concluintes em 13 de maio, comunicou à comunidade escolar que disponibilizaria atendimento psicológico para apoiar os estudantes em seu processo de luto.

Na terça-feira (6), colegas organizaram uma homenagem no campo de futebol da instituição. Em vídeo compartilhado em uma conta estudantil no Instagram, os jovens aparecem reunidos compartilhando memórias sobre o amigo perdido e escrevendo mensagens em balões, soltos ao pôr do Sol.

G. Ryan Mehaffey, promotor do Condado de Spotsylvania, não quis comentar o caso com o Times, informando apenas que uma audiência preliminar foi agendada para 18 de junho. Tanto o representante da Delegacia do Condado quanto o advogado de Butler não se pronunciaram sobre o ocorrido.

Na imagem, uma mão segura um celular cuja tela apresenta o logo do TikTok
Episódio similar já aconteceu antes (Imagem: 19 STUDIO/Shutterstock)

Precedentes alarmantes

Este não é o primeiro caso em que uma brincadeira aparentemente inofensiva resulta em consequências fatais. Em 2020, na Califórnia (EUA), um motorista enfurecido colidiu, propositalmente, contra um veículo ocupado por seis adolescentes após ter sido alvo de pegadinha semelhante. Três jovens faleceram no incidente e o responsável foi condenado à prisão perpétua em 2023.

O episódio recente reacende o debate sobre os riscos associados a desafios e tendências popularizados nas redes sociais, inclusive quando envolvem interações não consentidas com desconhecidos.

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