Qual a quilometragem ideal para comprar um carro usado?

Comprar um carro usado pode ser uma ótima opção para quem busca economizar, mas exige atenção a diversos detalhes. Entre os principais pontos avaliados pelos compradores está a quilometragem, um indicador que, embora relevante, não deve ser o único critério na hora de fechar o negócio. Afinal, qual é a quilometragem ideal para um carro seminovo? E o que mais deve ser analisado além dos números no painel?

Primeiro, é preciso entender o que é quilometragem e por que ela importa. A quilometragem é o registro da distância percorrida por um veículo desde que saiu da fábrica. Medida em quilômetros (km), ela ajuda a estimar o desgaste natural do motor, câmbio, suspensão e outras peças.

Em geral, carros com alta quilometragem (acima de 20 mil km/ano, por exemplo) podem exigir mais manutenção, enquanto os pouco rodados (abaixo de 10 mil km/ano) tendem a estar em melhor estado.

No entanto, um carro com 100 mil km bem cuidados pode estar em condições melhores do que outro com 50 mil km e histórico de abandono. Por isso, a quilometragem deve ser vista como um indicador, e não como um fator absoluto.

Além da quilometragem: o que mais verificar?

Jovem frustrada apontando para arranhões e amassados ​​no carro
Verifique possíveis avarias no carro antes de concluir da compra (Imagem: Fotoroyalty / Shutterstock)

Um veículo com baixa quilometragem pode esconder problemas graves se não tiver sido bem mantido. Por isso, antes de fechar a compra, é essencial checar:

  • Estado da carroceria: rachaduras, amassados ou sinais de repintura podem indicar batidas.
  • Motor e câmbio: barulhos estranhos, vazamentos ou dificuldade na troca de marchas são sinais de alerta.
  • Documentação: verifique se o carro tem multas pendentes, se os impostos estão em dia e se não há restrições.
  • Itens de segurança: freios, airbags, cintos e lanternas devem estar funcionando perfeitamente.
  • Interior: desgaste excessivo nos bancos, volante ou painel pode indicar muito uso.
  • Suspensão e pneus: folgas e pneus carecas comprometem a segurança.
  • Um laudo cautelar ou uma avaliação em uma oficina de confiança podem evitar surpresas desagradáveis.

A decisão de adquirir um carro usado envolve uma análise que transcende a simples verificação da quilometragem, sendo o ano de fabricação um fator de igual importância a ser considerado. Essa relevância do ano de produção se manifesta em diversos aspectos cruciais para o comprador.

Um dos pontos a serem observados reside na possibilidade de modelos específicos apresentarem problemas crônicos inerentes a certos anos de fabricação. Um exemplo notório é o Ford Ka de 2014, que ficou conhecido por problemas em sua direção hidráulica.

Diante dessa realidade, torna-se altamente recomendável que o potencial comprador realize uma pesquisa aprofundada em fóruns especializados e consulte reclamações de outros proprietários sobre o modelo de seu interesse. Essa investigação prévia pode evitar futuras dores de cabeça e gastos inesperados com reparos.

Itens de segurança como airbags também contam na hora de comprar um carro
(Imagem: BYD / Divulgação)

Outro fator determinante é a evolução das tecnologias de segurança veicular ao longo dos anos. Veículos mais recentes tendem a incorporar itens de segurança que simplesmente não existiam em modelos mais antigos.

Um marco importante no Brasil foi a obrigatoriedade de itens como freios ABS e airbag frontal em todos os carros novos a partir de 2014. Portanto, ao optar por um carro com um ano de fabricação mais recente, o comprador geralmente terá acesso a um nível de segurança superior, um aspecto fundamental para a proteção dos ocupantes.

Por fim, a questão da desvalorização também pesa na decisão. Carros com muitos anos de uso, mesmo que apresentem uma baixa quilometragem, tendem a ter um valor de mercado inferior em comparação com modelos mais recentes.

Essa depreciação ocorre devido ao avanço tecnológico, ao desgaste natural das peças e à percepção do mercado em relação à vida útil do veículo. Assim, considerar o ano de fabricação é crucial para realizar um investimento mais inteligente e com menor perda de valor ao longo do tempo.

Leia mais:

  • Por que carros usados voltaram a ser populares no Brasil?
  • O que você precisa avaliar antes de comprar um carro usado
  • Como saber se a quilometragem do veículo foi alterada?

O dilema: antigo com pouca km ou novo com mais km?

Uma questão comum ao adquirir um carro usado é ponderar entre um modelo mais antigo com baixa quilometragem e um mais novo com maior rodagem.

A resposta ideal varia conforme a situação. Um carro antigo com poucos quilômetros pode ter peças danificadas pela falta de uso (como mangueiras e vedações). Por outro lado, um carro mais novo com mais quilometragem pode ter recebido melhor manutenção. A avaliação deve considerar:

  • Um carro com histórico de revisões periódicas, mesmo com 150 mil km, pode ser uma boa opção.
  • Veículos utilizados principalmente em estradas tendem a apresentar menor desgaste em comparação com aqueles que circularam apenas em ambientes urbanos.
  • Em alguns casos, investir um pouco mais em um modelo mais novo pode ser vantajoso a longo prazo.

Qual a quilometragem ideal para comprar um carro usado?

Imagem mostra detalhe de painel de carro, o que deve verificar antes de comprar carro usado
A quilometragem é um indicador valioso, mas não deve ser o único (Imagem: Obi / Unsplash)

Não há um número mágico, mas algumas referências ajudam:

  • Até 10 mil km/ano: considerado baixo (ex.: carro com 5 anos e 50 mil km).
  • Entre 10 e 20 mil km/ano: uso moderado (ex.: carro com 5 anos e 75 mil km).
  • Acima de 20 mil km/ano: alto (pode indicar uso intensivo, como táxi ou aplicativo).

O mais importante é equilibrar quilometragem, ano, estado de conservação e histórico. Um carro bem cuidado, mesmo com km mais alto, pode ser melhor do que um “pouco rodado” negligenciado.

Para concluir, não compre apenas pelo odômetro. Um carro usado em boas condições depende muito mais da manutenção preventiva do que apenas dos números no painel. Por isso, antes de fechar negócio, faça uma análise completa, pegue um laudo mecânico e, se possível, converse com o antigo dono. Assim, você evita dores de cabeça e garante um bom negócio.

100 mil km rodados é muito?

Depende. 100 mil km não é necessariamente muito se o carro foi bem cuidado e tem revisões em dia. Carros que rodaram principalmente em estrada (desgaste menor) ou com manutenção regular podem estar em ótimo estado. Por outro lado, se for um veículo mal conservado ou com histórico de uso intensivo (como taxi/app), pode ser arriscado. Verifique: histórico de manutenção, estado do motor, câmbio e documentação antes de decidir.

Qual a média de km por ano de um veículo?

A quilometragem média anual aceitável para carros de passeio é de 15.000 a 20.000 km. Abaixo de 10.000 km/ano indica pouco uso, entre 10.000 e 20.000 km/ano é uso moderado, e acima de 20.000 km/ano é considerado alto, sugerindo uso intensivo.

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