Aumento nos casos de síndromes gripais em crianças faz governo decretar emergência em saúde no AC


Publicação foi feita em edição extra do Diário Oficial do Estado (DOE) deste sábado (10) e prevê que sejam feitas, pela Secretaria de Saúde do Acre, ações para enfrentamento da emergência. Sesacre decreta emergência por conta do aumento dos casos de SRAG em todo o estado
Odair Leal/Sesacre
Por conta do aumento nos casos de síndromes respiratórias agudas graves (SRAGs), o governo decretou, neste sábado (10), situação de emergência em saúde em todo o Acre. Dos 20 leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) do Hospital da Criança, em Rio Branco, 18 estão ocupados, o que corresponde a 90% da ocupação da capacidade total.
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O decreto, assinado pelo governador Gladson Camelí, considera “o aumento exponencial da procura por atendimento nas unidades estaduais de saúde, com grande número de queixas de sintomas gripais”, além da ocupação dos leitos pediátricos.
“Fica estabelecido o atendimento prioritário às demandas da Secretaria de Estado de Saúde pelos órgãos e entidades da Administração Pública estadual, e autorizada adoção de medidas administrativas urgentes que se mostrarem necessárias ao restabelecimento da situação de normalidade”, complementou.
Ainda segundo o painel de monitoramento, atualizado neste sábado (10) pela Secretaria Estadual de Saúde (Sesacre), 45 dos 50 leitos clínicos pediátricos disponíveis também estão ocupados.
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No mês de abril, a Sesacre informou que a maioria dos casos estava ligada ao vírus sincicial respiratório, responsável por cerca de 80% das bronquiolites em bebês de até dois anos. O órgão investe em estratégias de prevenção.
O número indica um crescimento, já que, até a primeira quinzena do mês passado eram 17 crianças internadas nas UTIs da unidade. Já o número de internações nos leitos de enfermaria caiu de 50 para 44.
Com isso, a rede estadual de saúde inaugurou 20 novos leitos de UTI semi-intensiva pediátrica, além de 10 novos leitos de enfermaria no Hospital da Criança que está funcionando no Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia do Acre (Into-AC).
Aumento nos casos
Conforme o boletim epidemiológico das SRAGs, divulgado pela Sesacre, da primeira semana epidemiológica de 2025 até a 18ª (de 27 de abril a 3 de maio), foram registradas 8.515 consultas por síndromes gripais, representando números mais altos que no ano de 2023 (8.922) e 2024 (8.353) no mesmo período analisado.
Já sobre as SRAGs, para o período de janeiro e fevereiro nas semanas epidemiológicas 1 a 18 do ano 2023, os números de notificações foram 669 casos, em 2024 foram 920 casos notificados, e 2025 foram 872 notificações, para o mesmo período analisado.
“A Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), se manifesta em maior número nas crianças de 0 a 9 anos, bem como os idosos a partir dos 60 anos, cenário que mostra a populações mais suscetível para quadros graves, que evoluem de síndrome gripal para SRAG”, destacou o boletim.
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Reprodução/Sesacre
Bronquiolite
A doença começa com sintomas de resfriado comum, mas que podem evoluir de forma prejudicial. Inicialmente, pode apresentar coriza clara, tosse, obstrução nasal, febre, irritabilidade e dificuldade para se alimentar.
Nestes pacientes, por serem muito novos e não conseguirem expectorar a secreção, os sintomas podem progredir para tosses mais intensas, dificuldade para respirar e chiado no peito. Nesses casos, a orientação é procurar um médico e o mais brevemente possível.
Outro sintoma preocupante é o que os médicos chamam de retração de fúrcula, ou seja, o afundamento da região do pescoço, logo acima do osso chamado esterno.
Entenda como ocorre a bronquiolite
Arte g1/Kayan Albertin
O VSR (vírus sincicial respiratório) está associado a até 80% dos casos de bronquiolite, inflamação que dificulta a chegada do oxigênio aos pulmões, e a até 40% dos registros de pneumonia em crianças menores de 2 anos, segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).
Existe vacina disponível contra o VSR na rede privada e o Sistema Único de Saúde (SUS) já anunciou que também vai oferecer o imunizante.
Os médicos afirmam que é importante reforçar algumas medidas que previnem os bebês de contraírem a doença:
Sempre higienizar corretamente as mãos ao segurar um bebê;
Evitar levar o bebê em locais com pouca ventilação;
Não permanecer com o bebê em locais onde haja fumaça de tabaco;
Evitar a exposição do bebê a pessoas com sintomas respiratórios;
Desinfectar superfícies e objetos potencialmente contaminados.
Crianças prematuras e com problemas cardíacos ou pulmonares estão no grupo de risco. Além disso, em alguns casos, pode haver predisposição genética para episódios mais graves.
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