A Microsoft confirmou nesta semana que vai cortar cerca de 6 mil postos de trabalho em uma nova rodada de demissões que afeta diferentes níveis, áreas e localidades da empresa. O número representa aproximadamente 3% do quadro global de funcionários, que somava 228 mil pessoas até junho de 2024.
Apesar do momento positivo em termos financeiros — a companhia registrou US$ 25,8 bilhões de lucro líquido no último trimestre —, a decisão faz parte de uma reestruturação mais ampla, com foco na redução de camadas de gestão e no redirecionamento de recursos para áreas consideradas prioritárias. As informações foram publicadas inicialmente pela CNBC e confirmadas posteriormente pela Bloomberg.
Demissões na Microsoft envolvem diferentes setores, incluindo o LinkedIn
A nova leva de demissões atinge equipes de várias divisões da companhia, inclusive o LinkedIn, rede social profissional que pertence à Microsoft. Segundo a empresa, o objetivo é adaptar sua estrutura para melhor responder a um mercado em constante transformação.

“Continuamos a implementar mudanças organizacionais necessárias para posicionar a empresa da melhor forma em um ambiente dinâmico”, afirmou um porta-voz da Microsoft em comunicado à CNBC. A empresa já havia realizado demissões em janeiro deste ano, mas aquelas foram justificadas por critérios de desempenho, o que não se aplica aos cortes atuais.
Reestruturações recorrentes e foco em nuvem e IA
A prática de realizar revisões periódicas na força de trabalho é comum na Microsoft, especialmente no fim do seu ano fiscal, que se encerra em junho. Em 2023, a empresa também realizou um corte significativo, com a eliminação de 10 mil cargos, incluindo áreas ligadas a hardware e à realidade aumentada, como o projeto HoloLens.
De acordo com a Bloomberg, a pressão por eficiência tem crescido, em parte, pelos altos investimentos da empresa em inteligência artificial e infraestrutura de nuvem. Só neste ano fiscal, a Microsoft deve gastar cerca de US$ 80 bilhões em data centers para sustentar serviços como o Azure, sua plataforma de computação em nuvem.

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Mudanças comerciais e novo foco operacional
No fim de abril, o CEO da Microsoft, Satya Nadella, mencionou a necessidade de reformular a forma como a empresa executa vendas, especialmente diante de uma queda no ritmo de crescimento do Azure, em áreas que não envolvem inteligência artificial. Em resposta, a empresa já começou a terceirizar parte das vendas de software voltadas para pequenas e médias empresas.
“Em tempos de mudança de plataforma, é importante garantir que se aproveite os novos avanços e não apenas se repita o que funcionava na geração anterior”, disse Nadella a analistas, segundo o CNBC.
O anúncio da Microsoft ocorre em um momento em que outras gigantes da tecnologia também promovem cortes. Empresas como Meta, Salesforce e CrowdStrike adotaram medidas semelhantes em 2025, com justificativas que vão desde reestruturações internas até o direcionamento para vagas com foco em inteligência artificial.
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