
O aumento no número de golpe contra aposentados e pensionistas do INSS tem preocupado autoridades e especialistas em direito previdenciário.
Depois da descoberta de um esquema bilionário de descontos indevidos realizados por associações e sindicatos fraudulentos, criminosos agora se aproveitam da situação para aplicar um novo tipo de fraude: o “golpe do reembolso”.
Segundo o advogado José Ailton, especialista em direito previdenciário, golpistas estão entrando em contato com beneficiários se passando por advogados, representantes do INSS ou de supostas entidades de defesa dos aposentados, prometendo devolver valores descontados — desde que o segurado realize um PIX ou pagamento antecipado de taxas. “É o golpe em cima do golpe”, alerta o especialista.
Como funciona o golpe contra aposentados do INSS
Durante anos, diversas associações e sindicatos enviaram ao INSS documentos falsificados solicitando descontos diretamente no contracheque de aposentados e pensionistas, mesmo sem autorização desses beneficiários. O valor era repassado automaticamente às entidades, funcionando como um consignado disfarçado.
“Muitas dessas entidades foram criadas apenas para aplicar fraudes. Isso gerou um rombo que pode ultrapassar os R$ 6 bilhões, e ainda pode crescer, já que em alguns casos o governo será obrigado a devolver em dobro”, explica Ailton.
Com a repercussão do escândalo, o governo federal anunciou que começará a devolver administrativamente os valores descontados indevidamente. É justamente nesse momento que criminosos passaram a se aproveitar da falta de informação para aplicar novos golpes.

Como saber se você foi vítima
Para saber se sofreu desconto indevido, o aposentado ou pensionista deve acessar o aplicativo Meu INSS ou ligar para o telefone 135. Dentro da plataforma, há a opção de consultar o extrato de pagamento. Ao selecionar os últimos cinco anos, é possível verificar mês a mês se houve algum desconto para associação ou sindicato não reconhecido.
Quem identificar irregularidade e não autorizou o desconto receberá uma notificação exclusivamente dentro do aplicativo Meu INSS. Essa é a única forma oficial de contato do Instituto. “Não haverá ligação, SMS, WhatsApp ou e-mail. O INSS não manda boletos nem solicita transferências bancárias”, reforça o advogado.
O que fazer se for notificado
O próprio aplicativo Meu INSS terá uma nova aba para solicitar a devolução dos valores. O objetivo, segundo o Instituto, é evitar que aposentados precisem acionar a Justiça. No entanto, se o reembolso não for efetuado mesmo após a confirmação da irregularidade, o caminho é buscar um advogado de confiança.
“Se houver qualquer tentativa de contato pedindo dinheiro para liberar valores, desconfie. Não transfira nada, mesmo que o contato use logotipos do INSS, da Justiça ou se identifique como advogado”, orienta José Ailton.
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