A recente escalada militar entre Índia e Paquistão acendeu um alerta global não apenas pela tensão entre os dois rivais nucleares, mas também pelo inesperado destaque dado ao armamento da China. Relatos de que caças J-10C, de fabricação chinesa e usado pelas forças paquistanesas, teriam derrubado cinco aviões indianos levaram o mercado a reagir e o setor de defesa chinês a ganhar força. As informações são da rede Bloomberg.
Ainda sem confirmação oficial da Índia, os ataques atribuídos aos J-10C provocaram um salto de mais de 55 bilhões de yuans (R$ 43,3 bilhões) no valor de mercado da fabricante chinesa AVIC Chengdu Aircraft. O episódio reforça a percepção de que o equipamento militar de Beijing, antes visto com ceticismo, pode estar se aproximando do desempenho das potências ocidentais.

Taiwan, que há anos monitora de perto as movimentações militares da China, acompanhou com atenção os relatos. “Podemos precisar reavaliar as capacidades de combate aéreo do Exército de Libertação Popular (ELP), que podem estar se aproximando, ou até superando, o nível dos desdobramentos aéreos dos EUA na Ásia Oriental”, afirmou Shu Hsiao-Huang, pesquisador do Instituto de Pesquisa de Defesa Nacional e Segurança, sediado em Taipé.
Além dos caças, mísseis PL-15 também entraram no radar de analistas. Destinados ao combate ar-ar e com velocidade acima de Mach 5, eles foram identificados em destroços recolhidos na Índia. Essa seria sua primeira utilização conhecida em combate real, o que pode atrair ainda mais interesse de países em desenvolvimento.
Mesmo com histórico de falhas técnicas, como problemas enfrentados por Bangladesh e Mianmar, os equipamentos chineses continuam ganhando espaço entre nações com orçamento limitado. Segundo o Instituto Internacional de Pesquisa para a Paz de Estocolmo (Sipri), as exportações de armas da China triplicaram entre 2000-2004 e 2020-2024. O Paquistão segue sendo o maior comprador.
A China ainda está atrás de EUA, Rússia e França no mercado global, mas o conflito recente pode funcionar como vitrine inesperada. “Há uma boa chance de que os sistemas de armas que a China é capaz de oferecer se tornem ainda mais atraentes para compradores potenciais”, avaliou James Char, professor do Programa China da Escola de Estudos Internacionais Rajaratnam (RSIS, na sigla em inglês).
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