A agência de inteligência militar da Letônia alertou na quarta-feira (15) para a presença de possíveis sabotadores russos operando no país sob disfarce. Em relatório anual, o Serviço de Inteligência e Segurança de Defesa (MIDD) orienta a população a ficar atenta a sinais como aparência desleixada, roupas militares ou esportivas incompatíveis e comportamentos incomuns, de acordo com a agência Associated Press (AP).
Segundo o documento, esses indivíduos podem circular próximos a instalações militares ou áreas estratégicas, fingir ser trabalhadores humanitários ou permanecer em regiões remotas sem demonstrar interesse pelo ambiente natural. Também podem portar kits médicos, rádios ou mapas, materiais mais associados a operações clandestinas do que a atividades turísticas.

O alerta foi divulgado em meio ao aumento de atos de sabotagem na Europa, como incêndios criminosos, que governos ocidentais atribuem à Rússia. Moscou nega as acusações.
O MIDD afirma que agentes infiltrados podem ter como objetivo provocar instabilidade social, assassinar figuras públicas ou estudar a opinião pública local com o intuito de fomentar descontentamento contra o governo. A agência reforça que nem todos os operativos seguem um padrão visual fixo e que a avaliação deve considerar o contexto.
A recomendação é que qualquer suspeita seja comunicada às forças de segurança locais. “Se você acha que pode ter encontrado um grupo de sabotagem em solo letão, o MIDD não recomenda abordá-los pessoalmente”, diz o relatório. “Em vez disso, informe a Polícia Estatal, os serviços especiais ou a unidade das Forças Armadas mais próxima.”
O relatório da Letônia foi publicado no momento em que outros países da região, como Suécia, Finlândia, Polônia e Noruega, lançam materiais para preparar a população para situações de emergência, incluindo guerras, desastres e ataques coordenados.
“Vivemos em um mundo cada vez mais turbulento”, afirmou o governo norueguês em uma cartilha recente. “Devemos estar cientes de que clima extremo, pandemias, acidentes, sabotagens — e, no pior cenário, atos de guerra — podem nos afetar.”
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