
Último dia do evento propõe discussões sobre como a Educação Ambiental pode contribuir para a conservação de espécies e para o fortalecimento da relação das crianças com o meio ambiente. O último dia do Fórum de Educação Ambiental “Observai”, no Avistar 2025, foi marcado por discussões sobre a importância da educação ambiental na conservação de espécies e no fortalecimento da conexão das crianças com o meio ambiente.
Especialistas compartilharam iniciativas que estão utilizando a educação como base para transformar a relação da sociedade com o ambiente, preparando as futuras gerações para enfrentar os desafios ecológicos do futuro, além da apresentação de projetos de conservação para espécies ameaçadas.
Escola de Naturalistas da Argentina
O Fórum teve seu início às 10h com uma entrevista gravada pela equipe do Terra da Gente com Claudia Nardini, diretora da Escola Argentina de Naturalistas, uma instituição que capacita apaixonados pela natureza para atuar na conservação e interpretação do patrimônio natural.
O coletivo surgiu a partir de observadores de aves que decidiram estudar outras partes da biologia, como plantas, fungos e mamíferos. Claudia explica que esse interesse levou à criação de cursos de ensino técnico, com foco na formação de naturalistas e intérpretes ambientais.
Terra da Gente exibe a entrevista gravada com a diretora da Escola Argentina de Naturalistas, Claudia Nardini
João Bertuzzo/TG
A diretora também aborda que enquanto a biologia aborda temas de forma mais especializada, a Escola prioriza uma visão integrada da natureza, focada em identificação de espécies e aplicação direta no campo.
Claudia conta na entrevista que o maior desafio dos naturalistas é combater a desconexão entre sociedade e natureza. A escola, hoje com 400 alunos, planeja se tornar a Escuela Sulamericana de Naturalistas, integrando também estudantes de outros países.
Educação em projetos de conservação – Instituto Pato-mergulhão
Logo em seguida, às 10h30, os biólogos Fernando Previdente e Gislaine Disconzi apresentaram o Instituto Pato-mergulhão, uma organização que atua na Chapada dos Veadeiros com o objetivo de proteger o pato-mergulhão, uma espécie símbolo das águas do Brasil.
Durante a palestra, os especialistas destacaram a importância dessa espécie como embaixadora das águas, representando a saúde dos ecossistemas aquáticos no país, e explicaram as dificuldades enfrentados na conservação do pato-mergulhão, que inclui desde problemas relacionados à degradação ambiental até o desafio de garantir a segurança da espécie em um habitat fragmentado.
Fernando Previdente apresenta o Instituto Pato-mergulhão, organização que atua na conservação do pato-mergulhão
João Bertuzzo/TG
Fernando e Gislaine também discutiram as características do pato-mergulhão, uma espécie criticamente ameaçada que depende de ambientes aquáticos de alta qualidade para sobreviver. A palestra abordou a necessidade de criação de novas Unidades de Conservação (UCs) para proteger áreas essenciais para a espécie e garantir a continuidade de seus habitats naturais.
Além disso, o Instituto Pato-mergulhão lançou um “manual de boas práticas”, destinado a visitantes e turistas que desejam observar o pato de maneira responsável. O manual fornece orientações sobre como se comportar durante as visitas, destacando a importância de não perturbar o habitat natural da espécie e de respeitar as diretrizes de conservação locais.
Projeto Aves da Minha Escola
A próxima palestra teve início às 11h00 pela pedagoga e guia de turismo Sylvia Junghähnel, apresentando seu projeto Aves da Minha Escola. Sylvia compartilhou como as oficinas de arte têm sido usadas como ferramenta para aproximar as crianças da natureza.
No projeto, as crianças desenham e pintam aves que veem em seu dia a dia ou até suas próprias espécies nas paredes da escola, criando um ambiente que celebra a biodiversidade local e, ao mesmo tempo, fortalece o sentimento de pertencimento e dá liberdade criativa às crianças.
Sylvia Junghähnel mostra arte de aves feita pelos alunos
João Bertuzzo/TG
Um dos resultados dessa atividade foi a criação de um álbum de figurinhas com as pinturas das crianças, proporcionando uma maneira lúdica de preservar suas expressões artísticas enquanto incentivam o apreço pelas aves. Além disso, as crianças têm a oportunidade de praticar a observação de aves, aprendendo a identificar diferentes espécies em seu entorno.
Asas do amanhã: a importância da educação ambiental
Encerrando o ciclo de palestras do Fórum “Observai”, às 11h30, a palestra “Asas do Amanhã: a importância da educação ambiental” foi conduzida por Breno Jancowski e Jéssica Neves, da iniciativa Selva Urbana. A apresentação reforçou como a educação ambiental deve ocorrer em qualquer lugar, da sala de aula aos espaços urbanos, das clínicas veterinárias à vivência direta com a fauna e flora.
Durante a fala, Breno e Jéssica abordaram temas urgentes como o desmatamento acelerado na Amazônia, o lixo urbano e oceânico, o tráfico de animais silvestres e os impactos da urbanização sobre a fauna nativa, ilustrando com imagens fortes e dados recentes.
A Selva Urbana, além de atuar com educação ambiental, também mantém uma clínica veterinária voltada para pets não convencionais e animais silvestres
João Bertuzzo/TG
A Selva Urbana, além de atuar com educação ambiental, também mantém uma clínica veterinária voltada para pets não convencionais e animais silvestres. A dupla reforçou o papel da ciência aliada à sensibilização, propondo que os indivíduos passem a repensar seus hábitos por meio dos 4 Rs: Repensar, Reutilizar, Reaproveitar e Reciclar.
“Educação ambiental é muito subjetivo. É muita coisa. Se a gente olhar a nossa volta, tudo é educação ambiental”, diz Breno em palestra.
Encerramento
Às 13h, foi exibido um compilado da série especial do Terra da Gente intitulada “#Terra: a jornada de crescer junto à natureza”, que conta histórias reais de crianças e especialistas que têm a natureza como parte fundamental de seu cotidiano e desenvolvimento.
A exibição reforçou os principais temas debatidos ao longo do fórum, como o déficit de natureza, a importância do brincar ao ar livre e o papel da educação ambiental na construção de um futuro mais sustentável e empático.
Terra da Gente exibe um compilado da série “#Terra: a jornada de crescer junto à natureza”
João Bertuzzo/TG
Por fim, o evento caminhou para o encerramento oficial feito por toda a equipe do TG que esteve à frente da cobertura do Avistar 2025, às 13h30, juntamente com participação do público e dos palestrantes em uma cena emocionante à frente do palco.
O Terra da Gente reafirma seu compromisso com a divulgação da educação ambiental e deste encontro irá nascer a “Carta Observai”, onde todas as iniciativas, propostas e desafios da área da educação ambiental serão apresentadas ao poder público.
O Fórum, que começou como uma proposta, hoje já é um sinal de esperança e de transformação em todo o Brasil. E essa jornada está apenas começando. Na próxima edição do Avistar, o Fórum “Observai” virá com novidades.
O Terra da Gente agradece a cada pessoa que esteve presente nesta edição e reforça: seguimos juntos na aventura de descobrir a vida.
*Texto sob supervisão de Lizzy Martins
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