Terra azul: a imensidão do Pacífico que esconde os continentes

Usando o Google Earth, é possível ver a Terra sob diversas perspectivas e, de um certo ponto de vista, nenhum continente aparece – apenas o Oceano Pacífico. Essa visão faz totalmente jus a um apelido dado pelos astronautas da missão Apollo 17, da NASA, em 1972.

Essa tripulação registrou uma das mais famosas imagens da Terra feitas do espaço. Intitulada “Blue Marble” (bola de gude azul), a foto mostra o planeta redondo e quase todo azul, flutuando no escuro do espaço. 

A foto batizada de Blue Marble, capturada pela tripulação da missão Apollo 17 em 7 de dezembro de 1972. Crédito: NASA

Cerca de 71% da superfície do nosso planeta é coberta por água. A maior parte vem dos oceanos, sendo o Pacífico o mais extenso. Ele ocupa mais de 155 milhões de quilômetros quadrados, uma área maior que todos os continentes juntos. Quando visto de certos ângulos, ele parece não ter fim.

Oceano Pacífico abriga o ponto mais profundo da Terra

Mas não é só o tamanho da superfície que impressiona. Esse oceano também é o mais profundo da Terra, com profundidade média em torno de 4.000 metros. No ponto mais fundo, chamado Challenger Deep (na Fossa das Marianas), ele atinge quase 11 mil metros – o equivalente a empilhar 12 morros do Pão de Açúcar, um sobre o outro.

A partir do espaço, a Terra parece até um planeta gasoso como Urano ou Netuno. Mas, diferentemente deles, que têm atmosfera rica em metano, o azul terrestre vem da luz do Sol refletida na imensidão dos oceanos. 

No ponto mais profundo da Terra, chamado Challenger Deep (na Fossa das Marianas), o Oceano Pacífico atinge quase 11 mil metros. Crédito: Google Earth

Voos que cruzam o Pacífico, como da Austrália aos EUA, duram cerca de 15 horas. Boa parte do tempo é gasta sobre o mar aberto, sem terra à vista. A sensação é de cruzar um enorme vazio azul. Em sua parte central, há poucas ilhas – o Havaí é uma das exceções mais conhecidas.

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No coração do Pacífico está o Ponto Nemo, o local mais remoto da Terra. É o ponto do oceano mais distante de qualquer pedaço de solo. Em 2024, dois exploradores britânicos chegaram até lá. Segundo o site IFLScience, eles relataram um azul intenso e brilhante nas águas, mas quase nenhuma presença de vida – apenas silêncio e aves solitárias.

O Oceano Pacífico foi batizado em 1520 por Fernão de Magalhães, que encontrou águas calmas durante sua travessia. Mas o nome engana: o Pacífico abriga tempestades violentas, terremotos submarinos e vulcões ativos. É uma região de contrastes extremos.

Além disso, ele influencia diretamente o clima global. Fenômenos como El Niño e La Niña nascem ali e alteram padrões de chuva, seca e temperatura em todo o mundo – prova de que esse oceano, apesar de silencioso à distância, dita ritmos significativos do planeta.

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