A cidade de Cascavel, no oeste paranaense, foi abalada por um crime hediondo que expôs a crueza da violência urbana. Cícero Anselmo da Silva, um idoso de 62 anos, teve sua vida interrompida de forma brutal na madrugada de sábado para domingo, na Rua Pernambuco. O corpo da vítima, encontrado por moradores, apresentava marcas de uma agressão implacável: cerca de 36 golpes desferidos com um bloco de concreto do tipo paver.
A principal suspeita, uma jovem de 24 anos, foi detida e está sob custódia, mas o caso, envolto em contradições e detalhes perturbadores, continua a intrigar as autoridades e a população.
O crime veio à tona quando a Polícia Militar foi acionada após relatos de populares. Testemunhas apontaram que a suspeita, cuja identidade não foi revelada, foi vista em um bar na Avenida Brasil, com as mãos manchadas de sangue, declarando abertamente ter matado Cícero.
A cena, descrita como chocante por frequentadores do local, levantou suspeitas imediatas e levou à sua detenção. Em depoimento, a jovem alegou ter agido em legítima defesa, afirmando que o idoso tentou abusar dela. No entanto, imagens de câmeras de segurança obtidas pela polícia contradizem sua versão: nelas, a mulher aparece correndo atrás da vítima, sugerindo premeditação ou, no mínimo, uma perseguição implacável.
O delegado Fabiano Moza, responsável pelo caso, destacou em entrevista coletiva o comportamento errático da suspeita, que parecia estar sob efeito de álcool ou drogas no momento da prisão.
“Ela apresentava falas desconexas e não conseguiu fornecer uma narrativa clara dos eventos”, afirmou Moza. A jovem, que já possui um histórico policial marcado por episódios de violência doméstica, ameaças e injúria, agora enfrenta a acusação de homicídio qualificado. A brutalidade do ataque – 36 golpes com um objeto pesado – chocou até mesmo os investigadores, que descreveram a cena como “extremamente violenta”.
A investigação, conduzida pela Delegacia de Homicídios, ganhou complexidade com a descoberta de um vídeo que circula entre as autoridades. As imagens mostram uma briga em um bar pouco antes do crime, onde a suspeita aparece sendo imobilizada por alguém com um golpe conhecido como “mata-leão”. Ela reitera que foi vítima de abuso, mas os detalhes do que desencadeou o confronto fatal ainda estão sob análise.
“Estamos cruzando todas as evidências, incluindo depoimentos e imagens, para reconstruir a sequência dos fatos”, garantiu o delegado.
O caso expõe não apenas a violência extrema, mas também questões sociais que Cascavel, como tantas outras cidades brasileiras, enfrenta: o consumo de substâncias, a reincidência criminal e a fragilidade das relações interpessoais em contextos de vulnerabilidade.
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