Em 1958, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) anunciou a erradicação do Aedes aegypti no Brasil, o mosquito transmissor da dengue, chikungunya e febre amarela.
Esse marco foi o resultado de décadas de campanhas de inspeção e combate aos criadouros, intensificadas com o uso do inseticida DDT após a Segunda Guerra Mundial.
A vitória se estendeu a outros países da América do Sul e Central, como Argentina, Chile e Paraguai, levando à quase eliminação dessas doenças na região. Contudo, o Aedes aegypti nunca foi completamente erradicado em locais como Colômbia e Guiana.
Nas décadas seguintes, o mosquito ressurgiu e a dengue voltou a se espalhar, agravada pela crescente rejeição ao DDT, devido aos seus impactos ambientais, revelados por obras como Primavera Silenciosa, de Rachel Carson.
Em tempos recentes, doenças adicionais, como o vírus Zika, também passaram a preocupar autoridades de saúde.

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Uma nova abordagem para combater o Aedes aegypti
- Frente à persistência do problema, o Programa Mundial de Mosquitos (WMP), liderado por Scott O’Neill, propõe uma abordagem inovadora, como explica um artigo no site Popular Science.
- Em vez de exterminar o mosquito, o programa utiliza a bactéria simbiótica Wolbachia para impedir a transmissão dos vírus.
- A bactéria, inofensiva aos humanos, altera o ambiente celular do mosquito, dificultando a reprodução viral e fortalecendo suas defesas naturais.
- Mosquitos infectados com Wolbachia são liberados no meio ambiente, e com o tempo a bactéria se espalha pela população local de Aedes aegypti, reduzindo significativamente os casos de dengue — como já demonstrado em testes realizados na Austrália, Indonésia e Colômbia.
Consequências da erradicação
Embora a eliminação completa do Aedes aegypti não causasse grandes danos ecológicos, já que a espécie é pouco integrada à cadeia alimentar e vive majoritariamente em ambientes urbanos, sua erradicação continua sendo um enorme desafio.
O mosquito, apelidado por entomologistas de “barata do mundo dos mosquitos”, é incrivelmente resistente e bem adaptado aos humanos, tornando improvável sua extinção no curto prazo.
Ainda assim, o controle das doenças que transmite permanece como uma prioridade urgente para a saúde pública global.

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