O que aconteceu com campeã mundial de mergulho que ignorou a placa ‘proibido para mulheres’ em toboágua extremo

O que aconteceu com campeã mundial de mergulho que ignorou a placa 'proibido para mulheres' em toboágua extremo

Em junho de 2024, a mergulhadora australiana Rhiannan Iffland, sete vezes campeã mundial de cliff diving, protagonizou um episódio que gerou debates acalorados nas redes sociais. Tudo começou durante uma visita ao parque aquático Area 47, na Áustria, onde ela e uma amiga decidiram enfrentar um dos tobogãs mais radicais da Europa.

O problema? Um aviso na entrada proibia explicitamente o uso do brinquedo por mulheres. A australiana, conhecida por suas acrobacias em alturas de até 27 metros, não só ignorou a regra como registrou tudo em vídeo, postando a aventura com a legenda: “Aqui por um bom tempo, não por um tempo longo! Mais um momento YOLO.”

O tobogã em questão, chamado “Speed Racer”, atinge velocidades de até 80 km/h e tem uma estrutura íngreme, com quedas bruscas que geram forte impacto na região pélvica. A proibição para mulheres, embora inicialmente parecesse arbitrária ou discriminatória, escondia motivos de segurança sérios.

Rhiannan Iffland desceu o tobogã exclusivo para homens, ignorando os avisos de segurança. (Instagram/@rhiannan_iffland)
Rhiannan Iffland desceu o tobogã exclusivo para homens, ignorando os avisos de segurança. (Instagram/@rhiannan_iffland)

Nos últimos anos, parques aquáticos em diversos países relataram casos de lesões internas graves em mulheres após o uso de brinquedos de alta velocidade. A força da água, combinada com a pressão gerada durante as curvas e quedas, pode causar traumas vaginais, lacerações e até mesmo introduzir bactérias perigosas no organismo.

Quando o vídeo de Iffland viralizou, usuários das redes sociais se dividiram. Alguns elogiaram sua ousadia, enquanto outros criticaram a decisão de ignorar normas de segurança.

Nos comentários, especialistas e leigos explicaram os riscos: estudos da National Library of Medicine dos EUA já haviam documentado casos de mulheres que sofreram ferimentos graves em atrações similares, incluindo rupturas de tecidos internos e infecções causadas por água contaminada.

Um seguidor destacou: “As regras existem para proteger. No caso desse tobogã, evitam lesões vaginais sérias. Seria melhor explicar o motivo da proibição em vez de romantizar a quebra de normas.”

O vídeo dela gerou muita polêmica na internet. (Instagram/@rhiannan_iffland)
O vídeo dela gerou muita polêmica na internet. (Instagram/@rhiannan_iffland)

Iffland, que acumula mais de 50 pódios em competições de cliff diving, respondeu às críticas em entrevista ao site news.com.au. Ela esclareceu que não pretendia desrespeitar as regras do parque, mas sim viver um momento espontâneo. “A segurança sempre vem primeiro, e em minha carreira, avalio riscos constantemente.

Sugerir que agi com irresponsabilidade é injusto”, afirmou. A atleta também destacou que desceu o tobogã apenas uma vez, sem incidentes, e que a postagem não teve intenção de incentivar outros a ignorarem avisos de segurança.

Do lado do parque, a explicação foi técnica. O Area 47, em comunicado, revelou que o “Speed Racer” havia sido originalmente aberto a todos os públicos. Porém, após um aumento significativo de acidentes — principalmente envolvendo mulheres —, a administração enfrentou um dilema: desmontar o brinquedo ou restringir o acesso. Optaram pela segunda opção, priorizando a segurança. “Nossa maior preocupação é o bem-estar dos visitantes, independentemente de gênero”, declarou um porta-voz.

A polêmica levantou discussões sobre como regulamentos de segurança são comunicados ao público. Especialistas em parques de diversões apontam que proibições baseadas em gênero podem parecer desatualizadas ou excludentes, mas em casos específicos, refletem análises de risco detalhadas.

A chave, segundo eles, está em informar claramente os motivos técnicos por trás das restrições, evitando mal-entendidos. No caso do Area 47, a sinalização foi direta, mas não detalhava os riscos médicos — algo que poderia ter gerado mais compreensão.

Enquanto isso, Rhiannan Iffland seguiu em frente. Aos 33 anos, ela continua dominando o cenário do cliff diving. Em 2024, venceu a primeira etapa do Red Bull Cliff Diving World Series em El Nido, nas Filipinas, marcando sua 42ª vitória no circuito mundial. A atleta, que descreve sua vida como “vendo o mundo de alturas vertiginosas”, mantém uma rotina intensa de treinos e viagens, saltando de plataformas que variam de 20 a 27 metros.

O episódio do tobogã, embora breve, ilustra um conflito comum em atividades radicais: o equilíbrio entre adrenalina e precaução. Para atletas como Iffland, avaliar perigos faz parte da profissão, mas mesmo experts podem subestimar riscos em contextos fora de sua área.

O caso também reforça a importância de entender as razões por trás de regras aparentemente incomuns. Enquanto muitos parques investem em tobogãs cada vez mais velozes, a indústria de entretenimento aquático enfrenta o desafio de inovar sem comprometer a segurança — um equilíbrio delicado que requer atualizações constantes em normas e tecnologias.

Por fim, a história deixa uma lição prática: antes de desafiar avisos em parques de diversões, vale pesquisar o contexto por trás deles. Proibições podem parecer excessivas à primeira vista, mas muitas vezes escondem dados estatísticos ou estudos médicos que justificam a precaução. No mundo das atrações radicais, a emoção do momento pode ser tentadora, mas conhecer os riscos — e respeitá-los — é essencial para transformar um “YOLO” em uma experiência segura e memorável.

Esse O que aconteceu com campeã mundial de mergulho que ignorou a placa ‘proibido para mulheres’ em toboágua extremo foi publicado primeiro no Misterios do Mundo. Cópias não são autorizadas.

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