Após STF rejeitar duas denúncias, 10 militares viram réus por tentativa de golpe no governo Bolsonaro

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu por unanimidade, nesta terça-feira (20), tornar réus mais 10 acusados de envolvimento na tentativa de golpe para manter Jair Bolsonaro no poder após a derrota nas eleições de 2022.

Os denunciados fazem parte do chamado “núcleo 3”, formado por militares das forças especiais do Exército e um policial federal.

O STF também rejeitou, pela primeira vez, duas denúncias apresentadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR), por falta de provas, contra o tenente-coronel Cleverson Ney Magalhães e o general Nilton Diniz Rodrigues.

Com isso, 31 dos 34 denunciados por envolvimento na trama golpista viraram réus e vão responder por crimes como organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e dano ao patrimônio da União.

Primeira Turma do ST. – Foto: Reprodução/

Réus tornados pela decisão do STF

Generais:

  • Estevam Theophilo

Coronéis:

  • Bernardo Corrêa Netto
  • Fabrício Bastos
  • Márcio Resende Júnior

Tenentes-coronéis:

  • Hélio Ferreira
  • Rafael Oliveira
  • Rodrigo Azevedo
  • Sérgio Medeiros
  • Ronald Araújo

Policial Federal:

Wladimir Soares

Tentativa de golpe

O relator, ministro Alexandre de Moraes, afirmou que há indícios claros de mobilização dos réus para pressionar o alto comando das Forças Armadas a aderir ao plano golpista.

Ele destacou reuniões estratégicas e mencionou o plano “Punhal Verde e Amarelo”, que previa ações violentas em dezembro de 2022, incluindo o assassinato do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva e do vice Geraldo Alckmin.

Ministro Alexandre de Moraes. – Foto: Reprodução/ Gustavo Moreno/ STF.

Moraes também rebateu a tese de que não houve golpe, apenas tentativa. Segundo ele, “o crime se consuma com o início da execução, mesmo que o golpe não tenha sido bem-sucedido”.

As defesas negaram participação dos acusados, argumentaram ausência de provas e criticaram a delação de Mauro Cid. Todos os recursos das defesas foram rejeitados.

Com a aceitação da denúncia, o STF inicia agora a fase de instrução processual. Os réus poderão apresentar testemunhas e provas. Ao fim dessa etapa, a Corte julgará se os acusados serão condenados ou absolvidos. Por fim, a pena pode ultrapassar 30 anos de prisão.

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