Cientistas prenderam GoPros a um grupo de ursos-polares e ficaram incrivelmente alarmados com o que descobriram

Cientistas prenderam GoPros a um grupo de ursos-polares e ficaram incrivelmente alarmados com o que descobriram

Um grupo de cientistas decidiu investigar de perto o dia a dia dos ursos polares no Ártico, equipando 20 animais com câmeras na região da Baía de Hudson, no Canadá. O objetivo era entender como essas criaturas estão lidando com o aumento do período sem gelo no território, consequência direta das mudanças climáticas. Os resultados, publicados na revista Nature Communications, revelaram cenas surpreendentes e preocupantes sobre a adaptação desses gigantes brancos a um ambiente em transformação.

O Ártico enfrenta uma redução acelerada de sua cobertura de gelo marinho, essencial para a sobrevivência dos ursos polares. Desde 1979, o período sem gelo na Baía de Hudson aumentou em três semanas, deixando os animais presos em terra por mais tempo.

Sem acesso às focas — sua principal fonte de alimento —, eles precisam buscar alternativas para economizar energia e encontrar comida. As imagens capturadas ao longo de três anos, totalizando 115 horas de gravação, mostram comportamentos nunca antes documentados com tanta riqueza de detalhes.

Os ursos polares se adaptaram a ter mais tempo em terra (USGS/Universidade Estadual de Washington)

Os ursos polares se adaptaram a ter mais tempo em terra (USGS/Universidade Estadual de Washington)

Nas filmagens, os ursos aparecem consumindo carcaças de aves, mastigando vegetação, comendo frutas silvestres e até mesmo mastigando chifres de animais. Alguns foram vistos caçando presas marinhas em águas abertas ou interagindo de forma brincalhona com outros ursos. Anthony Pagano, biólogo do Serviço Geológico dos Estados Unidos e líder da pesquisa, destacou a inteligência dos animais ao adotar estratégias variadas para enfrentar a escassez de alimento.

No entanto, a criatividade não foi suficiente: dados sobre gasto energético e movimento mostraram que 19 dos 20 ursos monitorados perderam peso. Um deles chegou a emagrecer 36 quilos em apenas três semanas.

Outro comportamento alarmante foi o aumento de longas nadadas em busca de comida, algo incomum para a época do ano. Andrew Derocher, especialista em ursos polares da Universidade de Alberta, explicou que animais subalimentados tendem a correr mais riscos. “São atos de desespero. Um urso magro não tem reservas para esperar”, afirmou. A pesquisa reforça que alternativas como comer plantas ou pequenas presas não são capazes de substituir a dieta rica em gordura das focas, essencial para sua sobrevivência em um ambiente tão hostil.

Descobriu-se que os ursos polares se comportam muito como cães (USGS/Washington State University)

Descobriu-se que os ursos polares se comportam muito como cães (USGS/Washington State University)

A população de ursos polares na Baía de Hudson já diminuiu 30% desde 1987, e a tendência é que o quadro se agrave com o avanço do aquecimento global. Em regiões como Groenlândia e Svalbard, alguns grupos usam blocos de gelo que se desprendem de geleiras para caçar, mas cientistas veem isso como uma tentativa fugaz de adaptação, não uma solução duradoura.

A salvação da espécie depende diretamente da preservação do gelo marinho, habitat natural desses animais. Organizações como a Polar Bears International reforçam a urgência de reduzir emissões de gases do efeito estufa, principalmente pelo abandono progressivo de combustíveis fósseis. A cientista climática Katharine Hayhoe ressalta que todas as opções de combate às mudanças climáticas devem ser consideradas, pois apenas ações coletivas e decisivas podem garantir um futuro para os ursos polares — e para o equilíbrio do planeta.

Enquanto isso, as câmeras continuam a mostrar a realidade crua: cada passo, cada mergulho e cada tentativa frustrada de encontrar alimento ilustram a batalha silenciosa de uma espécie emblemática contra um problema que não para de crescer.

Esse Cientistas prenderam GoPros a um grupo de ursos-polares e ficaram incrivelmente alarmados com o que descobriram foi publicado primeiro no Misterios do Mundo. Cópias não são autorizadas.

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