A Rússia passou a empregar jatos militares para escoltar navios de sua frota sombra, usada para exportar petróleo e contornar sanções impostas pelo Ocidente. A denúncia foi feita pela Estônia, após um caça russo Su-35 sobrevoar o Mar Báltico para proteger o petroleiro Jaguar, sancionado pelo Reino Unido. As informações são da rede CNN.
O ministro das Relações Exteriores da Estônia, Margus Tsahkna, afirmou que a Rússia agora “oficialmente atrelou e conectou-se à frota sombra”. A rede inclui centenas de navios com registros opacos, usados para escoar petróleo russo sem fiscalização internacional.
A Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) respondeu com o envio de caças F-16 portugueses que atuam na missão de policiamento aéreo da aliança na Estônia. “As ações desestabilizadoras da Rússia não nos impedirão de agir dentro da legalidade internacional”, declarou o porta-voz da Otan, coronel Martin O’Donnell.
O governo francês classificou o episódio como um marco. “O uso de meios militares pela Rússia em resposta a sanções econômicas é um testemunho do nível da ameaça que enfrentamos no flanco leste da Otan”, disse o chanceler Jean-Noël Barrot.
A chanceleria alemã anunciou que um novo pacote de sanções poderá ser aprovado nesta semana, sendo o alvo principal a frota sombra, descrita pelo chanceler Friedrich Merz como “permanentemente operante no Mar Báltico com até 300 navios”.
No domingo (18), Moscou deteve o petroleiro Green Admire, de bandeira grega, enquanto navegava por águas russas em uma rota previamente acordada entre Estônia, Finlândia e Rússia. O governo russo não comentou a retenção da embarcação até o momento.
Desde junho de 2024, a Estônia realizou mais de 450 inspeções em navios na sua área de controle no Mar Báltico, incluindo o Golfo da Finlândia, principal corredor marítimo do petróleo russo com destino ao exterior.
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