Taxa de homicídios entre indígenas é maior que a nacional, revela Atlas da Violência

Indígenas no Acampamento Terra Livre

O Atlas da Violência 2025 revelou que, ao longo dos últimos 11 anos (2013-2023), a taxa de homicídios entre a população indígena apresentou uma redução expressiva de 62,6%, passando de 62,9 para 23,5 homicídios por 100 mil habitantes.

Apesar dessa melhora, a violência letal contra indígenas continua sendo superior à registrada na população brasileira em geral.

Em 2022, pela primeira vez no período analisado, a taxa de homicídios da população agregada (21,7 por 100 mil) ultrapassou levemente a indígena (21,5).

Violência contra indígenas – Foto: Reprodução/Atlas da Violência.

No entanto, a tendência não se sustentou: em 2023, a taxa entre indígenas voltou a superar a nacional, alcançando 23,5 por 100 mil, enquanto a média nacional ficou em 21,2.

Homicídios de indígenas aumentam 6% entre 2022 e 2023

Entre 2022 e 2023, a taxa de homicídios registrados entre indígenas aumentou 6%, passando de 21,5 para 22,8 por 100 mil.

Enquanto isso, a taxa nacional manteve sua trajetória de declínio, reduzindo-se de 21,7 para 21,2 por 100 mil habitantes.

Luta indígena – Foto: Agência Brasil.

Em números absolutos, o aumento foi ainda mais preocupante: de 205 indígenas assassinados em 2022 para 227 em 2023, um crescimento de 10,7%.

Apesar da queda acumulada desde 2013, a violência contra indígenas segue como uma realidade alarmante, exigindo políticas públicas específicas e contínuas para garantir a proteção desse grupo.

Diferença entre taxas registradas e estimadas

O Atlas destaca a necessidade de interpretar os dados com cautela, considerando as limitações metodológicas.

Violência contra indígenas – Foto: Reprodução/Atlas da Violência.

A análise inclui tanto os homicídios registrados quanto os homicídios estimados, que incorporam casos ocultos e subnotificados. Por exemplo, mesmo com a taxa registrada entre indígenas ficando em 22,8 por 100 mil em 2023, a taxa estimada foi ainda maior: 23,5 por 100 mil.

Estados registram ‘explosão’ de homicídios de indígenas

Entre 2022 e 2023, houve aumento nas taxas de homicídios registrados de indígenas em mais da metade dos estados analisados.

O destaque negativo vai para o Rio Grande do Sul, que apresentou um crescimento de 420,8%. Outros estados com altas foram:

  • Pernambuco: aumento de 311,1%
  • Tocantins: 177,1%
  • Espírito Santo: 117,1%
  • Distrito Federal: 90,2%

Aumento da violência

O Atlas da Violência ressalta que a convergência entre as taxas de homicídios de indígenas e da população geral seguiu uma tendência de aproximação, exceto entre 2019 e 2021, quando a violência contra indígenas se tornou mais intensa.

O período coincidiu com o colapso das políticas de proteção territorial e com a crise sanitária provocada pela pandemia de COVID-19.

Entre 2022 e 2023, enquanto a taxa nacional continuou em queda, a taxa de homicídios entre indígenas aumentou 6%, revelando que os desafios estruturais permanecem e exigem atenção contínua.

O Atlas reforça que o monitoramento contínuo e análises aprofundadas são essenciais para garantir a proteção e valorização dos povos indígenas no Brasil.

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