‘Racismo explícito’: Vera Lúcia se manifesta após fala de Cármen Lúcia sobre caso

Vera Lúcia fala sobre racismo vivido.

Após sofrer racismo, a ministra substituta do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Vera Lúcia Santana de Araújo, se pronunciou nesta quinta-feira (22). Ao Correio Braziliense, ela relatou o caso exposto primeiramente pela presidente do Tribunal, ministra Cármen Lúcia.

Ela explicou que foi convidada a compor uma mesa de debate nos seminários da Comissão de Ética Pública da Presidência da República, que acontecia no auditório da Advocacia-Geral da União (AGU). 

Quando chegou no local, disse o nome na recepção, quando o responsável disse que não constava na lista. Apresentou, portanto, a identificação funcional do TSE, com cor vermelha e com brasão do Judiciário Eleitoral brasileiro. 

Vera Lúcia lembrou que as pessoas que estavam  no atendimento não quiseram olhar o documento. Depois, chamaram um vigilante, que igualmente não quis olhar. Ele, de acordo com a ministra, ligou para alguém e disse que ela não queria dizer o nome. 

Ela falou que era mentira dele, porque estava desde o primeiro momento se apresentando. 

“Eles não olharam, em nenhum segundo, minha identificação, até que conseguiram falar com alguém, para, finalmente, chegar até o auditório e participar do seminário”, disse.

Ministra Vera Lúcia. Foto: Agência Senado

Sem desculpas 

A ministra explicou que apesar do evento ter sido em espaço da AGU, a recepção era do Centro Empresarial da Confederação Nacional do Comércio (CNC), que não expressou pedidos de desculpas em momento algum. 

Por outro lado, Vera Lúcia salientou que não houve nenhuma espécie de omissão institucional da presidência da Comissão de Ética ou da AGU. 

“Foi todo mundo extremamente solidário. A partir do momento em que essa questão foi formalizada, o presidente da Comissão de Ética assinou um ofício, junto com o ministro Jorge Messias, dirigindo à ministra-presidente Cármen Lúcia”, comentou.

Sinais presentes

“O racismo se pronuncia das mais diversas formas”. É assim que a ministra entende a situação social. Vera Lúcia diz que a maneira como a situação foi conduzida é “efetivamente, uma disfunção de parte da sociedade brasileira, que é uma sociedade racista”

Para ela, o racismo não foi velado, tendo em vista o impedimento de entrar no espaço. “Foi rigorosamente explícito. Não houve uma injúria racial. Foi o racismo nos termos da Lei 7.716”, expressou. 

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