Ao manter Paulo Rogério do Carmo como secretário do Trabalho, Qualificação e Renda do Paraná, o governador Ratinho Júnior coloca em risco sua viabilidade como pré-candidato à Presidência da República. Filiado ao PSD e cotado como nome forte da centro-direita, Ratinho disputa espaço com figuras como Tarcísio de Freitas, Romeu Zema, Ronaldo Caiado e os Bolsonaro.
A permanência de Do Carmo no governo estadual levanta questionamentos sobre o critério político adotado por Ratinho Júnior. Em 2020, durante as eleições municipais, o senador Sérgio Moro expôs o histórico controverso do atual secretário, que foi policial rodoviário e chegou a ser acusado de extorquir sacoleiros em troca da liberação de mercadorias contrabandeadas. À época, ele pediu exoneração antes da aplicação de sanções da Comissão Disciplinar da Polícia Militar.
Para agravar a situação, Do Carmo levou para compor sua equipe na secretaria Lauro Júnior, ex-prefeito de Jandaia do Sul, que foi afastado do cargo por decisão judicial. Ele é acusado de facilitar o direcionamento na contratação de uma empresa paulista, em um caso sob suspeita de corrupção.
Ratinho Júnior tem potencial para se consolidar como o nome da centro-direita nas eleições presidenciais, mas precisa avaliar com mais critério quem o acompanha nessa caminhada. O eleitor brasileiro está cada vez mais atento aos nomes que compõem as estruturas de poder — principalmente após tantos escândalos, como os denunciados recentemente no INSS. Cercar-se de figuras envolvidas em denúncias de corrupção pode minar sua credibilidade e afastar o apoio popular necessário para alcançar voos mais altos.
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