A arqueóloga Judith Ferreira, coordenadora do Instituto Geoglifos da Amazônia, destacou a importância da descoberta e a possibilidade de Boca do Acre, no interior do Amazonas, se tornar um destino turístico arqueológico.
Judith é uma das pesquisadoras que esteve na expedição que identificou novas estruturas e achados arqueológicos de povos antigos no Sul do estado.
Em entrevista ao programa “Povo na TV”, ela descreveu os achados como “magníficos”, atribuindo sua construção a povos que habitaram a região há cerca de mil anos.
Ela informou que ainda não é possível determinar quais civilizações os produziram, mas as pesquisas continuam.
“Por enquanto, em Boca do Acre, fizemos apenas registros fotográficos. Mas já planejamos um novo projeto para escavações mais aprofundadas”, disse Ferreira.
Os estudos realizados em geoglifos no Acre já trouxeram dados importantes sobre o tempo dessas estruturas, e a expectativa é que as descobertas no Amazonas ajudem a desvendar mais sobre essas sociedades pré-coloniais.
Boca do Acre pode se tornar o “Município dos Geoglifos”
Além disso, a pesquisadora revelou a possibilidade de, futuramente, as pessoas conhecerem de perto esses lugares com uma profunda história dos povos ancestrais da Amazônia.
Com mais de 100 estruturas já identificadas, pesquisadores avaliam transformar a área em um polo de turismo arqueológico.
“Eu diria que poderia se tornar o município dos Geoglifos”, revela Judith Ferreira. A iniciativa visa impulsionar a economia local, atraindo visitantes interessados na riqueza histórica da Amazônia.
Enquanto os estudos avançam, o desafio é conciliar a preservação desses sítios arqueológicos com o desenvolvimento da região. A expectativa é que, em breve, escavações revelem novos segredos sobre as civilizações que moldaram a Amazônia séculos atrás.
Desmatamento revela geoglifos ocultos
A expansão do agronegócio e o aumento do desmatamento na região de Boca do Acre acabaram expondo as figuras geométricas, antes escondidas pela vegetação.
A pesquisadora destacou que a hipótese é de que existam muitas outras estruturas semelhantes espalhadas pelo estado.
Além do Amazonas, as estruturas também estão presentes no Acre e Rondônia.
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