Pesquisadores da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP-USP) obtiveram resultados promissores ao testar a crotoxina, uma proteína do veneno da cascavel, contra células do câncer de mama triplo negativo – tipo altamente agressivo e resistente a tratamentos.
Em testes laboratoriais (in vitro), a crotoxina eliminou e impediu a multiplicação das células da linhagem MDA-MB-231, associada a altos índices de metástase e mortalidade.
Descobertas do estudo
- Segundo os cientistas, o composto induziu morte celular por necrose, inibiu mecanismos de defesa como autofagia e apoptose, e causou danos ao DNA tumoral, sem afetar células saudáveis.
- A crotoxina foi isolada por pesquisadores da Unesp e usada para estudar rotas biológicas envolvidas na morte celular e no estresse oxidativo.
- A substância também não apresentou interação negativa com a doxorrubicina, quimioterápico comum.
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Mais testes ainda são necessários
Apesar dos resultados, os pesquisadores alertam que ainda são necessários estudos pré-clínicos e clínicos, com testes em organismos vivos e ajustes de dosagem, antes que a crotoxina possa ser usada como medicamento.
O estudo foi publicado na revista científica Toxicon e contou com a colaboração de instituições brasileiras e da Universidade do Porto, em Portugal.
Em outro esforço de pesquisadores para melhorar o combate ao câncer de mama, um ensaio testou um tratamento que combina quimioterapia com um medicamento de imunoterapia, conseguindo uma taxa de cura de quase o dobro em relação à quimioterapia sozinha. Leia mais aqui.

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