O hidrogênio verde, produzido a partir de energias renováveis, como a hidrelétrica, a eólica e a solar, pode garantir a tão buscada descarbonização da economia global. Por isso, ele é considerado fundamental na luta contra as mudanças climáticas.
Apesar de todo o seu potencial, tornar essa tecnologia viável em larga escala e a baixo custo ainda é um desafio. No entanto, o Brasil apresenta uma infraestrutura única que alavancar essa indústria e tornar o país líder no processo de transição energética.
Sistema Interligado Nacional é único no mundo
- Considerando sua extensão espacial e percentual de energia renovável (cerca de 90%), o Sistema Interligado Nacional (SIN) do Brasil é único no mundo.
- Ele conecta o país de norte a sul, aproveitando as complementaridades entre as energias hidrelétrica, solar, eólica e biomassa.
- Além disso, utiliza os reservatórios hídricos para armazenar energia e trazer flexibilidade ao sistema.
- Por isso, pode ser perfeito para a integração do hidrogênio verde.
- As informações são de artigo publicado no portal The Conversation pelos pesquisadores Carlos E. Driemeier, Edvaldo Rodrigo de Morais e Giovana Chinaglia Tonon, todos do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM).

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Integridade de carbono precisa ser discutida no Brasil
As redes elétricas geram eficiências econômicas ao aproveitar as complementaridades entre os múltiplos geradores e consumidores e ao compartilhar as infraestruturas da rede. No entanto, se a mesma rede também conecta as termelétricas movidas a combustíveis fósseis, como garantir que a eletricidade é, de fato, renovável?
Essa garantia tem sido avaliada sob a denominação de integridade de carbono. Este conceito, tema de debate em alguns países do mundo, visa assegurar que a conexão do hidrogênio verde não induz emissões de carbono em outros pontos da rede elétrica.

Como o sistema brasileiro tem cerca de 90% de energia renovável, os riscos de indução de emissões de carbono na rede são muito menores no comparativo internacional. No entanto, a integridade de carbono precisa constar nas discussões energéticas no Brasil.
Se o Brasil formalizar sua visão de integridade de carbono, terá as credenciais para ser protagonista nessa discussão. Por outro lado, se optar por ignorar o tema, ficará na dependência de conceitos importados, sob risco de desperdiçar seu diferencial.
Artigo publicado no The Conversation
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