Água com cheiro e gosto estranho em Palmas? Investigação busca causa e aponta riscos

MPTO investiga contaminação da água em Palmas e aponta possíveis falhas em estação de esgoto

A qualidade da água distribuída em Palmas (TO) gerou incômodos à população e se tornou alvo de um estudo do Centro de Apoio Operacional de Urbanismo, Habitação e Meio Ambiente (Caoma).

A investigação foi intensificada após recorrentes denúncias de moradores sobre alteração no gosto, odor e coloração da água, especialmente durante o período de estiagem.

O foco da apuração está nos mananciais que abastecem a Estação de Tratamento de Água (ETA) 06: o Ribeirão Taquaruçu Grande e o Lago da Usina Hidrelétrica de Lajeado. 

A investigação tem duração de 12 meses e já está no quarto mês. A próxima coleta está agendada para o dia 30 de maio. 

A análise da água está sendo feita pela Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh), com acompanhamento do MPTO.

Estação de tratamento de água.
Estação de tratamento de água. – Foto: ASCOM/ATR

Urbanização e retorno de esgoto estão entre hipóteses investigadas

Entre as principais hipóteses que podem estar comprometendo a qualidade da água estão: 

  • Retorno do efluente tratado da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Aureny para o ponto de captação da ETA 06; 
  • Poluição difusa causada pela urbanização nas margens do ribeirão; 
  • Práticas adotadas pela concessionária durante a estiagem; 
  • Impactos das mudanças climáticas sobre a vazão do manancial.

Em nota técnica, o Caoma reforça que o ponto de lançamento do efluente da ETE Aureny e o ponto de captação no braço do Lago Lajeado estão em cotas semelhantes, o que, em períodos de seca, pode facilitar o retorno de esgoto tratado ao sistema de abastecimento.

Influência do clima na qualidade da água de Palmas

A pesquisa é conduzida pelo servidor do MPTO Djayson Thiago da Costa Alves e integra sua tese de mestrado. 

A proposta é correlacionar as variações de vazão do ribeirão com a qualidade da água captada e distribuída à população, avaliando também a influência das mudanças climáticas e da expansão urbana desordenada.

O relatório técnico nº 087/2020, citado no estudo, aponta que já foram detectados níveis elevados de Escherichia coli na água bruta captada. 

A mesma nota reforça que o episódio de contaminação registrado em setembro de 2024 “já era previsível”, conforme alertas anteriores emitidos pelo MPTO.

Resultado do estudo deve orientar ações em 2026

Com a conclusão prevista para meados de 2026, o estudo será usado para embasar futuras ações judiciais e administrativas. 

A expectativa do MPTO é garantir medidas efetivas que assegurem o acesso à água potável de qualidade para os moradores de Palmas, em conformidade com os padrões sanitários exigidos.

A redação do Portal Norte entrou em contato com a concessionária responsável pelo fornecimento de água em Palmas, mas até o fechamento desta matéria não houve retorno.

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