
O governo Lula se colocou em uma nova crise nesta semana após anunciar, e rapidamente recuar, mudanças no Imposto sobre Operaões financeiras (IOF).
O caso gerou uma nova polêmica para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que ainda enfrenta os reflexos da crise envolvendo descontos indevidos no INSS.
As medidas, divulgadas pelo Ministério da Fazenda na última quinta-feira (22), tinham como objetivo aumentar a arrecadação, mas a reação negativa do mercado e da opinião pública forçou o governo a rever parte do pacote horas depois.
Mesmo com o recuo, os ruídos permanecem e aumentam a pressão sobre o Planalto, principalmente devido à comunicação falha nas redes sociais e da falta de alinhamento interno sobre os anúncios.
Entenda os recuos no IOF do governo Lula
Uma das mudanças anunciadas pela Fazenda previa a taxação de 3,5% sobre aplicações de investimentos de fundos nacionais no exterior, que antes eram isentas.
No mesmo dia, após as reações negativas, o governo voltou atrás e restabeleceu a alíquota zero para esse tipo de operação.
Outro ponto controverso envolvia a cobrança de IOF sobre remessas feitas por pessoas físicas ao exterior. A Fazenda precisou esclarecer que, nesse caso, não haveria mudança: as remessas destinadas a investimentos continuariam com a alíquota vigente de 1,1%.
Para especialistas, o principal problema do governo foi a forma como a informação foi comunicada. A falta de clareza gerou críticas, principalmente nas redes sociais.
“Hoje, com o advento da internet, o governo precisa primeiro desenvolver bem a ideia e considerar todas as variáveis envolvidas e possíveis retornos de opinião para só depois lançar [ações] na mídia, porém de forma detalhada. Infelizmente, como o atual governo não domina a linguagem das redes, o resultado acaba sem uma enxurrada de ruídos”, afirmou Daniel Dubosselard Zimmermann, professor da USP.
Reunião de emergência no Planalto
Após a repercussão negativa, os ministros Rui Costa (Casa Civil), Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais) e Sidônio Palmeira (Secretaria de Comunicação) se reuniram para discutir os danos políticos causados pelas medidas. Lula e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, não participaram da reunião.
De acordo com assessores do presidente, o anúncio das alterações no IOF não passou pela Secom, responsável por gerenciar as crises e alinhar a comunicação oficial do governo.
Apesar do erro, auxiliares avaliam que a resposta da Fazenda foi rápida e ajudou a conter um desgaste ainda maior.
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